BRASIL EM IMAGINAÇÃO LIVROS, IMPRESSOS E LEITURAS INFANTIS 1895-1915
Data 02/01/2023
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Nas últimas décadas, no Brasil, tanto nas humanidades quanto nas ciências sociais muito se tem escrito sobre literatura e sociedade, e aí dentro, junto ao período em que grassou a primeira geração de modernistas, a República Velha tem sido um objeto priorizado. Por certo, embora possuam ingredientes que as peculiarizam respectivamente, há contiguidade entre uma e outra fase. De um lado, abrigam-se neste período o fim da escravidão e a transição de regimes político-institucionais com a passagem do Império para a República. De outro, deslancham-se processos socioeconômicos, cujos desdobramentos consistem no deslocamento da estrutura social no país: de agrária-ruralista, estando sob a forte inflexão patriarcal; para o perfil urbano-industrial, em que os segmentos do operariado e das classes médias citadinas adquirem contornos bem mais nítidos. Ora, muito do interesse do discurso intelectual orienta-se para essa alteração histórica, portanto, esteve informado por interrogações acerca do nexo entre o desenho de formas expressivo-culturais emergentes e esse arranjo societário caracterizado pela demanda de homogeneidade afetiva e simbólica – a sociedade-nação. Nos rastros da contribuição de Antônio Cândido, em A Formação da Literatura Brasileira, a busca dos imbricamentos da República das Letras com república nacional moveu-se pelas dúvidas em torno da formação da identidade e cultura brasileiras.