A pesquisa intitulada pobres e negras, residentes em áreas periféricas dominadas por grupos de criminosos armados, que comercializam drogas e aterrorizam as famílias. Meninas do Ceará aborda o homicídio de meninas, em sua maioria: O estudo, ora publicado em forma de livro, recebeu o apoio da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará – Alece, à medida que fez contratação de pesquisadores; e, por meio de seu Comitê de Prevenção e Combate à Violência reúne um expressivo acervo de dados sobre homicídios de adolescentes. As informações colhidas sobre o contexto de vida e a trajetória dessas adolescentes, bem como o entendimento da influência direta de indicadores de raça, classe, gênero e território para as condições de vulnerabilidade, colaboram, sobremaneira, para a elaboração de políticas públicas para o enfrentamento dessa trágica situação que envolve pobreza, racismo, machismo, desesperança e enluta tantas famílias cearenses. As histórias de vida dessas 114 meninas assassinadas em 2018, compõem, apenas, uma amostra dentro de um universo estatístico bem mais amplo no Ceará. Os tristes e revoltantes relatos martirizam quem os têm conhecido. A perda desses entes queridos acomete pais, mães, avós e irmãos de problemas mentais e de angústia, exigindo cuidado e atenção especiais às famílias das vítimas.