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Dra. Silvana contesta recursos do Estado para documento atribuindo o racismo ao conceito cristão

Por ALECE
07/05/2025 12:50 | Atualizado há 1 dia

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Deputada Dra. Silvana (PL) - Foto: Júnior Pio

A deputada Dra. Silvana (PL) contestou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), nesta quarta-feira (07/05), a destinação de recursos do Governo estadual para a produção do documento denominado “Educação para as Relações Étnico-Raciais e Semana da Consciência Negra – OrientAções”, distribuído pela Secretaria de Educação do Ceará, com o objetivo de contribuir com uma educação para a diversidade, inclusão e, sobretudo, antirracista.

Um trecho do documento, destacado pela parlamentar, aponta para um “branqueamento” da instituição escolar, que seria reflexo de práticas discriminatórias e racistas no espaço social, sendo o currículo escolar o fator mais atingido. Ainda conforme o texto lido pela deputada, isso “resultou na imposição de conceitos brancos, ocidentais e cristãos, em que o saber dominante ignorou e colocou na invisibilidade e negação a história negra e indígena e suas trajetórias de luta pela cidadania”.

Para Dra. Silvana, não há nenhuma escritura que mostre Jesus Cristo segregando negros ou separando as pessoas por raça ou cor. “O Governo do Estado do Ceará acusa, de forma firme e forte, amparado em nada, acusa que o cristianismo deu e dá amparo ao racismo. Isso é um crime. Eu nunca vi isso na história do Ceará”, ponderou.

A líder do PL na Alece enfatizou que não há defesa para um documento que afirme que um conceito cristão dê fundamento ao racismo. “Não tem apenas um texto bíblico, nenhuma linguagem bíblica que possa dar substrato para dizer que Jesus é um racista ou que seus conceitos sejam racistas”, pontuou. 

O deputado Fernando Hugo (PSD), em aparte, indagou a que interessa a Secretaria de Educação propiciar um documento com um trecho como o citado. “O que isso melhorará no ensinamento e no combate ao racismo e a essa pauta? O que vai acrescentar essa textualização distorcida?”, questionou.

Já o deputado Salmito (PSB) afirmou que concorda com Dra. Silvana, que Jesus não foi racista ou preconceituoso. No entanto, avaliou que, historicamente, é sabido que cristãos tiveram atos em nome de Jesus que são reprimidos e que já foram, inclusive, motivo de pedido de perdão da Igreja Católica. 

“Em nome de Deus, se matou. As Cruzadas foram guerras e assassinatos em nome de Jesus. A Igreja errou, e o papa João Paulo II pediu perdão. Jesus nunca defendeu isso, mas pessoas cometeram em nome de Deus”, observou.
 

Edição: Vandecy Dourado

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