Luana Régia denuncia violência política de gênero sofrida por atuação parlamentar
Por Luciana Meneses04/06/2025 11:19 | Atualizado há 1 dia
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A deputada Luana Régia (Cidadania) denunciou, no primeiro expediente da sessão plenária desta quarta-feira (04/06), um episódio de violência política de gênero do qual foi vítima no último mês.
De acordo com a parlamentar, um vereador do município de Cascavel teria classificado seu mandato como “bananeira de um cacho só” durante sessão plenária do Parlamento daquela cidade. “Dia 20/05, fui atacada verbalmente por uma fala machista e misógina, na tentativa de desqualificar meu mandato, no intuito de minimizar o meu trabalho e a minha história. Me ofendeu como mulher, parlamentar, mãe e cidadã. Não era uma crítica política, foi pessoal e para me descredibilizar como mulher na política. E infelizmente não foi a primeira vez”, relatou.
Ainda segundo Luana Régia, a fala foi transmitida ao vivo pelas redes sociais da Câmara Municipal de Cascavel, compartilhada e debatida nos comentários da publicação. “Um ataque que reverbera e alimenta o machismo estrutural, mas que não ficará por isso mesmo. Já tomei providências legais cabíveis e não deixarei que passe impune. Nenhum homem, por mais que tente, poderá impedir a colheita que nosso trabalho produz. Sou procuradora adjunta da Procuradoria Especial da Mulher desta Casa e assumo esse enfrentamento não só como vítima, mas por todas as mulheres que não têm voz e são silenciadas diariamente”, declarou.
Em aparte, a presidente da Procuradoria Especial da Mulher na Alece, deputada Juliana Lucena (PT), lamentou que esse não seja um caso isolado. “Parece que muita gente não sabe, mas violência política de gênero é crime, e os responsáveis têm que pagar por isso. Infelizmente, são muitos os casos por todo o País, mas não aceitaremos e nem nos calaremos”.
Já a presidente da Frente Parlamentar de Combate à Violência Política de Gênero da Alece, Larissa Gaspar (PT), repudiou o fato. “Não vamos tolerar esse tipo de comportamento em nenhum parlamento do País. Conte com o apoio da nossa frente parlamentar, que conseguiu a primeira condenação por esse tipo de crime. Seguiremos ocupando espaços políticos sim. Nenhum direito a menos e nenhum passo atrás”, afirmou.
A deputada Jô Farias (PT) e o deputado Renato Roseno (Psol) lembraram que esse tipo de comportamento não pode ser naturalizado, pois se trata de um crime. Já os deputados Leonardo Pinheiro (Progressistas) e Acrísio Sena (PT) criticaram a atitude do vereador, frisando que o parlamentar deveria dar exemplo, mas mostrou que não tem condições de ocupar aquele espaço.
Os deputados Guilherme Landim (PSB) e Guilherme Sampaio (PT) reforçaram que não há democracia consolidada enquanto a misoginia e o machismo ainda existirem. Eles cobraram uma ação forte por parte da Justiça.
Também os deputados Lucinildo Frota (PDT) e Sargento Reginauro (União) enalteceram as causas defendidas pela parlamentar na Casa, com destaque para o autismo, e ressaltaram o respeito que eles têm pelo trabalho dela a favor do povo cearense.
Edição: Vandecy Dourado
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