Ciadi promove seminário com foco no respeito a pessoas com autismo
Por Vandecy Dourado09/04/2024 17:31 | Atualizado há 9 meses
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O Centro Inclusivo para Atendimento e Desenvolvimento Infantil (Ciadi), equipamento de inclusão e acompanhamento de pessoas com autismo e síndrome de Down da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), promoveu, na tarde desta terça-feira (09/04), no auditório Murilo Aguiar, o II Seminário Ciadi, com o tema “Autismo: valorize as capacidades e respeite os limites”.
O evento é uma iniciativa do Comitê de Responsabilidade Social (CRS) e do Movimento das Mulheres do Legislativo Cearense (MMLC) com o intuito de abordar a conscientização, sensibilização, mobilização e o respeito em torno do autismo, por meio de palestras com especialistas, profissionais e com a presença de familiares e pessoas com transtorno do espectro autista (TEA).
À frente das ações do Comitê de Responsabilidade Social (CRS), a primeira-dama da Alece, Cristiane Leitão, destaca que o órgão está comprometido em expandir o conhecimento por meio de formações com familiares, cuidadores, educadores no intuito de aproximar e conscientizar a população no tratamento de pessoas com autismo. "O respeito, a inclusão, o acolhimento e a humanização têm que fazer parte dessas pessoas", defende.
"Infelizmente a sociedade não está preparada para receber crianças com espectro autista, e aí, muitas vezes, acontece o bullying nas escolas, o preconceito e o desrespeito. Nós estamos aqui, dentro da Casa Legislativa, colocando capacitações para todas as pessoas do estado do Ceará, orientando pais, cuidadores, educadores para receber o autista e suas famílias de maneira humanizada", comenta.
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Dudu Rodrigues, estudante de Turismo, ao lado da mãe, Ana Rodrigues - Foto: Máximo Moura
Estudante do curso superior de bacharelado em Turismo, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Dudu Rodrigues ressalta a importância de incluir pessoas como ele na sociedade. "Capacitar o autista é entender o que significa incluir, que é validar a existência de alguém através da valorização das suas capacidades, do elogio sincero e verdadeiro nos esforços que nós fazemos para desenvolver nossas habilidades, tanto sociais quanto pessoais", explica o jovem autista de nível 1, considerado leve.
Dudu também cita que a Alece presta um serviço relevante em conscientizar as pessoas sobre a inclusão e o respeito às limitações da pessoa autista. "A Assembleia está validando os protagonistas aqui, ou seja, mostrando que nós somos, sim, capazes, apesar de nossas limitações. Podemos e devemos estar onde quisermos. Não é uma deficiência que nos define, mas sim nós como seres humanos, porque todo ser humano não é autista, mas todo autista é um ser humano", diz.
PROGRAMAÇÃO
A abertura do seminário teve apresentação da aluna do curso de graduação em Dança da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisadora de dança contemporânea, corpo, negritude e neurodivergência Gabriele Dalyla de Sousa, que é autista. Ela encenou o espetáculo "Reencarnei numa Baleia".
Em seguida, a fisioterapeuta e médica Higina Cláudia Maia, pós-graduada em Psiquiatria, Autismo, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Logoterapia, apresentou a palestra "Autismo: da infância à vida idosa".
Ela deu detalhes sobre a importância do diagnóstico precoce e da observação do comportamento da criança por meio de sinais e das desmodulações sensoriais, que é a sensibilidade alterada para mais ou para menos de sons, toques e luzes.
Diagnosticada aos 39 anos com autismo, Higina chamou a atenção para a busca de profissionais de saúde e o correto acompanhamento terapêutico da criança por diversos profissionais.
O seminário também contou com uma palestra do servidor do Centro de Apoio Operacional da Saúde (Caosaúde) do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) Davi Aguiar Maia. Ele falou sobre os direitos e desafios das pessoas autistas na atualidade e sua rotina no setor responsável por promover a articulação na seara da defesa da saúde.
Já o psicanalista Pilho Silva tratou sobre desafios e descobertas no diagnóstico tardio do autismo, além dos estereótipos. Ele próprio descobriu que é autista há pouco tempo e compartilhou sua experiência com a plateia.
Além de pais, mães, profissionais de saúde, estudantes do curso técnico de enfermagem, alunos do programa Primeiro Passo e convidados, a solenidade foi prestigiada pelos vereadores de Fortaleza Bruno Mesquita (PL) e Eudes Bringel (PSB).
Edição: Clara Guimarães
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