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Rodas de conversa sobre temas sociais marcam o Vem pra Alece

Por ALECE
28/04/2024 14:40 | Atualizado há 1 semana

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- Foto: Paulo Rocha

Como parte do Vem pra Alece, que abriu as portas da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará para o público neste domingo (28/04), rodas de conversa no Complexo de Comissões Técnicas da Casa trataram de temas sensíveis para a realidade do nosso Estado, ampliando a interação entre Poder Legislativo e comunidade.

Entre os temas abordados durante as atividades estavam "Direitos Humanos, Participação Social e Poder Legislativo", conduzida pelo Escritório de Direitos Humanos e Assessoria Jurídica Popular Frei Tito de Alencar, e "Violência Política de Gênero", organizada pela deputada Larissa Gaspar (PT), vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Alece.

Também foram realizadas as rodas de conversa “Direitos e Perspectivas da Pessoa com Autismo” e “Uma Ausência Presente”, organizadas pela Secretaria dos Direitos Humanos do Ceará;  "A Luta Indígena Ontem e Hoje: Conquista e Efetivação de Direitos”, organizada pelo Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Alece, sob a presidência do deputado Renato Roseno, do Psol; "Cada Vida Importa: A Produção de Dados para Prevenção de Homicídios na Adolescência", pelo Comitê de Prevenção e Combate à Violência; "Disposição Hídrica e o Processo de Desertificação do Ceará", conduzida pela Célula de Sustentabilidade do Comitê de Responsabilidade da Alece.

O deputado Renato Roseno Roseno, organizador da roda de conversa sobre a luta dos indígenas, destacou que a questão está hoje na pauta internacional.  "Acompanhamos os 14 povos indígenas em 18 territórios.  Mais recentemente houve um agravamento da situação dos integrantes  dessa etnia, que sofre com o atraso da demarcação de terras", afirmou o parlamentar.

Deputado Renato Roseno discute sobre a questão indígena / Foto: Júnior Pio

 

Conforme explicou, com a indefinição das demarcações, os indígenas ficam vulnerabilizados em  seus territórios e passaram a ser vítimas da violência, que se expandiu  do meio urbano para áreas rurais. "A violência já alcançou inclusive as terras indígenas, em territórios que sofrem também com a questão da educação da saúde, da assistência social, do respeito e da cultura", enfatizou.

O deputado lembrou que, em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou a mais recente  demarcação de terra indígena  no Ceará, beneficiando os Tremembé da Barra do Mundaú. Apesar dos esforços, há, porém, um “grande hiato” entre o que foi determinado pela Constituição Federal de 1988 e a realidade atual. O parlamentar ressaltou ainda que, apesar de documentos históricos favorecerem a posse das terras dos indígenas, algumas ações anulatórias tiveram ganho de causa.

"A roda de conversa tem caráter integrativo. E, além dessa integração, todos podemos conhecer os  objetivos que poderão ser extraídos desse momento, dando visibilidade, organizando a luta", destacou. Participaram da atividade representantes das etnias Anassé, de Caucaia, e Kanindé, de Aratuba.

Roda de conversa mobilizou parlamentares e representantes dos movimentos feministas / Foto: Junior Pio

 

A deputada Larissa Gaspar (PT), que organizou a roda de conversa "Violência Política de Gênero", salientou que a ação Vem pra Alece é um movimento que quer abrir as portas da Assembleia Legislativa para a população. "A gente está aqui para tratar de um tema muito pertinente, a questão da violência política de gênero, porque muitas mulheres parlamentares, deputadas, vereadoras, prefeitas, vice-prefeitas sofrem com esse fenômeno", acentuou. 

A parlamentar considera que essa é uma temática muito atual e que o assunto precisa ser abordado para fortalecer as mulheres. "A sociedade precisa entender que isso é crime.  A gente tem que fazer todo o esforço possível para que as mulheres possam exercer seus direitos políticos com liberdade, com segurança", avisou, citando exemplos de violência política de homens contra mulheres detentoras de mandatos eletivos.

Para Larissa Gaspar, a questão está sendo agravada no Brasil. "As mulheres sempre foram agredidas, violentadas e atacadas.  Na política, que é um espaço majoritariamente ocupado por homens, eles não querem ceder espaço para que as mulheres ocupem  posições de comando. Então, ao longo da história, essa violência sempre existiu, porém agora ela começa a ser quantificada, tipificada e efetivamente responsabilizada", pontuou.

A vereadora Professora Adriana Almeida (PT), de Fortaleza, considerou importante participar da ação na Alece para fortalecer o debate.  "A questão da violência política de gênero é algo que vem aparecendo e crescendo cada vez mais.  Isso inibe a participação das mulheres na política. Assim, a  ideia de a gente debater é mostrar para as mulheres que podemos ocupar esse espaço. Precisamos cada vez mais conscientizar as pessoas que esse espaço também é para as mulheres", defendeu.

Da Redação/com Comunicação Interna

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