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Renato Roseno critica candidatos ‘influencer’ que usam internet para disseminar ódio

Por Narla Lopes
03/09/2024 11:29 | Atualizado há 8 meses

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Deputado Renato Roseno (Psol) - Foto: José Leomar

O deputado Renato Roseno (Psol) demonstrou, durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), desta terça-feira (03/09), realizada de forma presencial e remota, preocupação com a falta de regulamentação das plataformas de redes sociais. Segundo ele, essas plataformas têm sido utilizadas por políticos que se apresentam como “antissistema” e salvadores, mas que, na verdade, disseminam ódio e fake news.

Roseno destacou que a divergência é parte intrínseca da política, mas criticou alguns debates acalorados que têm ocorrido no Brasil. “Em São Paulo, um influenciador com um extenso histórico criminal envolvendo golpes, fraudes e furto qualificado está competindo nas eleições devido à sua habilidade de comunicação nas redes sociais, mesmo espalhando calúnias, fake news e sarcasmo indiscriminado, ao ponto de quase ir às vias de fato em um dos debates”, afirmou o parlamentar.

O deputado também observou que as redes sociais têm transformado a política, tornando os processos eleitorais, em muitos casos, “patéticos”. “Você vê uma verdadeira transformação de candidatos que, em vez de participarem de debates mais sóbrios e substantivos, mesmo que duros, tornam-se personagens criados para atender aos cortes das redes sociais”, disse. Roseno acrescentou que muitos desses influenciadores não têm experiência ou trajetória política significativa, mas, devido à sua capacidade comunicacional, conseguem exercer influência e atrair seguidores.

O parlamentar expressou ainda sua preocupação com as plataformas de redes sociais que se recusam a aceitar qualquer tipo de regulamentação. Ele criticou aqueles que se opõem a essa regulação, pois utilizam a falta de controle para cometer crimes e até mesmo conquistar mandatos. 

“Se as empresas de saúde e as companhias aéreas são regulamentadas, por que essas plataformas não podem ser? Devemos exigir que elas cumpram as leis, como ter um representante no Brasil para responder pelos seus delitos”, questionou, citando o caso da empresa X, que foi bloqueada no Brasil pelo STF por não cumprir decisões judiciais, como a remoção de perfis acusados de crimes e o pagamento de multas impostas pela Justiça.

Edição: Lusiana Freire

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