Escritório Frei Tito participa de ato por justiça para Marielle Franco e Anderson Gomes
Por ALECE30/10/2024 15:48 | Atualizado há 7 meses
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Nesta quarta-feira (30/10), foi iniciado o julgamento dos acusados de executarem a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, no dia 14 de março de 2018. Para marcar o momento e fortalecer o pedido de justiça, foi realizado um ato simbólico durante a manhã desta quarta (30/10), em frente ao Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza.
O Escritório Frei Tito de Direitos Humanos e Assessoria Jurídica Popular (EFTA) e a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania (CDHC) da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) acompanharam o ato, chamado de “Amanhecer Justiça por Marielle e Anderson”.
Seis anos e sete meses depois do crime, o júri popular tem como réus Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, denunciados por duplo homicídio triplamente qualificado, uma tentativa de homicídio e receptação de um veículo usado no dia do crime. Segundo informações do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, será requerida a condenação máxima, com a pena podendo chegar a 84 anos de prisão.
O deputado Renato Roseno (Psol), presidente da CDHC e do EFTA, afirmou que o assassinato de Marielle tem muitos significados, pois foi uma violência política de gênero contra uma mulher negra, periférica, LGBTQIAPN+ e no exercício do mandato.

Ele avalia que a morte dela “simboliza essa relação trágica entre crime, polícia e política, que lamentavelmente cresceu de 2018 para cá, por isso mesmo é tão importante que essa ferida não permaneça aberta”.
O parlamentar destacou a necessidade de enfrentar a impunidade e “responsabilizar os executores e os mandantes, que são pessoas da política não só fluminense, mas também nacional. Não podemos deixar essa impunidade aberta sob o risco de legitimar outras violências políticas”, complementou.
A deputada Larissa Gaspar (PT) ressaltou a importância de exigir justiça para Marielle e Anderson, que foram “vítimas de uma violência política, de uma execução política em função de toda a luta da vereadora no Rio de Janeiro contra as milícias, em defesa do povo negro, em defesa da população periférica, das mulheres, das populações LGBTs”.
A vereadora de Fortaleza Adriana Gerônimo (Psol) explicou que o ato ocorreu em diversas capitais brasileiras, especialmente naquelas que elegeram mulheres negras comprometidas com a Agenda Marielle Franco para cobrar que a justiça seja feita, haja responsabilização e que não haja limitação aos executores, chegando aos mandantes.
O crime, apontou, tem “um marcador extremo de violência política de gênero e de raça”, e o assassinato de Marielle, uma vereadora exercendo seu mandato e sua liderança, representou uma fratura para a democracia brasileira.
Ao compartilhar que é uma mulher negra, de periferia, LGBT e mãe, assim como Marielle Franco, a vereadora afirmou a relevância de lutar por justiça para que o legado e a memória de Marielle não sejam esquecidos, assim como para que mais mulheres negras se sintam encorajadas e, sobretudo, protegidas para ocupar os espaços de poder e decisão.
A coordenadora do EFTA, Patrícia Oliveira Gomes, lamentou os diversos ciclos de violência brutal e de injustiça e comentou que o momento é importante para que se comece a construir um desfecho e justiça para o caso que aconteceu há mais de seis anos.
Para a advogada, uma resposta é essencial para que não haja tolerância para os crimes contra a vida, contra os direitos humanos, uma vez que o crime não foi somente contra Marielle, mas contra grupos da sociedade que, ao exercer sua luta, são licenciados.
O ato contou com a participação do vereador de Fortaleza Gabriel Aguiar (Psol), além de militantes, coletivos e entidades para defender justiça e memória, compartilhando ainda o legado da vereadora Marielle Franco.
Da Redação/Com Assessoria
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