Assembleia homenageia Banda Cabaçal e destaca sua contribuição à cultura popular
Por Da Redação03/06/2023 10:01 | Atualizado há 2 anos
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A Assembleia Legislativa homenageou, nessa sexta-feira (02/06), em sessão solene na Câmara Municipal do Crato, a Banda Cabaçal, dos irmãos Aniceto, pelos 208 anos de criação do grupo e a contribuição dada à cultura popular do Estado.
O deputado estadual Guilherme Sampaio (PT), autor da iniciativa, abriu a solenidade saudando o grupo nas pessoas dos músicos José Lourenço da Silva, Raimundo José da Silva, Adriano Pereira da Silva, Cícero dos Santos Silva, José Joval dos Santos Silva e José Vicente da Silva, presentes ao evento.
“No solo sagrado dos Cariris, expressamos nosso reconhecimento do povo cearense à trajetória de mais de dois séculos de existência de uma das mais preciosas expressões da nossa cultura popular traduzida na arte ancestral e única da Banda Cabaçal dos irmãos Aniceto, um dos nossos mais valiosos patrimônios imateriais.”
A banda é um grupo musical histórico fundado no século XIX, na cidade do Crato, por José Lourenço da Silva, conhecido como José Aniceto. “Aniceto era descendente da etnia Cariri e trouxe elementos da cultura indígena e sertaneja para a música e dança performadas pela banda”, destacou o deputado.
Guilherme Sampaio, reportando-se à citação do professor Gilmar de Carvalho, definiu os Aniceto como muito mais do que uma banda. “Eles carregam e comunicam a memória ancestral de um povo, sua reverência às raízes indígenas, sua alegria simples e originária, transmitida em uma performance que foi se compondo ao longo dos tempos, desde o precursor, José Aniceto, passando de pai para filho, sobrinhos, netos e os afetos da família. A vida simples de labuta de agricultura, o trabalho duro na terra, o encanto com os bichos e as plantas se transformam numa arte universal que é de ontem, de hoje e será de amanhã”, citou.
O parlamentar enfatizou a trajetória do grupo que encantou o mundo e foi imortalizada no cinema por meio de produção do cineasta Rosemberg Cariri. E frisou que, apesar da importância da obra, as bandas cabaçais e outras expressões populares carecem de maior atenção do poder público no sentido de apoiar materialmente a sua subsistência.

Banda Cabaçal dos irmãos Aniceto faz apresentação em solene que celebra os 208 anos de criação do grupo
Finalizando, pontuou que, com alegria, delicadeza e força, os artistas executam a música da nossa alma e a nossa dança ancestral. “Quando eles fazem ecoar os sons dos pífaros, a marcação da zabumba, da caixa, dos pratos..., eles contam e atualizam a história do nosso povo... nos conduzem a um universo encantado que nos une aos nossos antepassados e aos que virão depois de nós para dizer quem nós somos e de que barro viemos”, mencionou, numa alusão à música de Humberto Teixeira quando indaga “de onde vem o baião?”, e responde “é de baixo do barro do chão”.
Adriano Aniceto, um dos integrantes da Banda Cabaçal, dedicou a homenagem a todos os mestres da cultura e aos grupos folclóricos que vêm mantendo a tradição popular.
Ele lembrou que a Banda Cabaçal nasceu na roça, por agricultores acostumados a trabalhar no sol e na seca. “Sempre alegre, a gente transforma o sofrimento do agricultor da roça em alegria, em espetáculo. Na roça a gente ouve os pássaros, os bichos e leva esses sons para as músicas, compostas com coisas da natureza. “Briga do galo”, “Tirador de abelha”, “Briga do cachorro com a onça”, “Dança da coruja” são algumas dessas músicas”, citou.
Ao final, disse estar muito feliz pela homenagem aos 208 anos da banda e acentuou que é uma cultura que vai de pai para filho e com ela “preservamos nossa identidade. Enquanto existir os irmãos Aniceto o folclore não se acaba no Brasil”, enfatizou.
O evento contou com as presenças de André Barreto, vice-prefeito do Crato; Amadeu de Freitas, secretário Municipal de Cultura, e da vereadora Mariângela Bandeira (PDT).
Da Redação/com Assessoria
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