Solenidade ressalta importância da preservação dos patrimônios históricos do Ceará

A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) realizou, na tarde desta terça-feira (14/10), solenidade em comemoração ao Dia Nacional do Patrimônio Histórico, celebrado anualmente na data de 17 de agosto. Na ocasião, foi apontada a necessidade de valorização e proteção dos espaços históricos locais. 

O deputado Bruno Pedrosa (PT), autor do requerimento que originou a cerimônia, destacou que a preservação dos bens materiais e imateriais é um modo de valorizar as raízes, a cultura e a memória coletiva. “Preservar o patrimônio não é uma tarefa simples, exige coragem, sensibilidade, resistência e resiliência. Todos que atuam nesta área sabem o quanto é difícil manter viva essa luta, muitas vezes com poucos recursos e muita paixão”, afirmou. 

Segundo o parlamentar, a preservação dos locais e costumes significa também a oportunidade de ampliar o turismo e a geração de renda para a população local. “O patrimônio histórico não é apenas aquilo que é herdado do passado, é também aquilo que decidimos proteger para o futuro. Cada prédio restaurado, cada rua preservada, cada memória resgatada fortalece a autoestima, o pertencimento e o orgulho de ser cearense”, finalizou Bruno Pedrosa. 

Na avaliação do arquiteto Lucas Rozzoline, que é membro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, o país carece de políticas públicas de estímulo à conservação dos patrimônios históricos. Além disso, cobrou ações para dar mais visibilidade à temática. “Esse momento [de solenidade], a gente espera que seja retomado a cada ano para a gente lembrar que, apesar das dificuldades, vale a pena, que a gente está aqui por isso e vamos continuar essa luta”, declarou.

De acordo com o secretário executivo da Cultura do Ceará, Rafael Felismino, a política estadual de patrimônio cultural e memória não se limita à preservação de prédios, documentos e objetos, apontando que ela se volta à identidade cearense e busca garantir que cada expressão cultural, seja material ou imaterial, tenha o direito de existir. “Preservar a memória é também fazer política, é reconhecer que a identidade de um povo não se sustenta sem continuidade, sem planejamento, sem um projeto político comprometido com o bem comum”, disse.

HOMENAGENS

A responsável pela Coordenadoria de Patrimônio Cultural e Memória da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, Jéssica Ohara Pacheco Chuab, agradeceu o reconhecimento e afirmou que ele se estende a todos aqueles que atuam no âmbito da defesa do patrimônio histórico cearense. “O poder que tem o patrimônio, de você engajar a pessoas dentro das suas próprias identidades, de tentar conhecer a sua própria história é muito forte e eu acho que pode ser muito melhor aproveitado nos próximos anos. É uma forma de autoestima como também de geração de renda, tanto no turismo quanto na parte social também”, pontuou. 

Para a Superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Estado do Ceará, Cristiane de Andrade Buco, preservar patrimônio é uma necessidade de todos, pois é nele que está a identidade e a memória de um povo. Na ocasião, ela agradeceu o compromisso de todos os servidores do Iphan. “A gente não preserva cultura sozinho, as instituições são nossas parceiras, o governo é nosso parceiro, todos nós temos um pouquinho de responsabilidade sobre isso”, completou. 

No rol de homenageados, estão Ítala Byanca Morais da Silva; Eduardo Augusto Cortez Campos; Juliana Ferreira Pinto; Armando Leite Mendes de Abreu; Raimunda da Silva Sousa; Paulo Roberto Ferreira de Souza Júnior; João Albuquerque Moreira; Elayne Cristina Rocha de Oliveira; João Carlos Ernesto Almeida Simões; José Ramiro Teles Beserra; Fernando José Pinto; e Girlane Ferreira da Silva. 

Na mesa da cerimônia, estiveram presentes ainda a secretária executiva de Planejamento e Gestão Interna da Cultura do Ceará, Gecíola Fonseca; o diretor de operações da Qair Brasil, Gustavo Silva; e a presidente da Câmara Brasil-Portugal, Patrícia Campos.