Programa Alcance investe em saúde mental de olho no sucesso de estudantes no Enem e na vida
Por Gleydson Silva /Giovanna Munhoz05/09/2024 08:09 | Atualizado há 4 dias
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Desde 2020, os alunos que participam do Programa Alcance – ação da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) voltada para a aprovação no Enem e outros vestibulares e qualificação profissional – contam com o Alcance Socioemocional, com o objetivo de potencializar a aprendizagem dos alunos em processo de preparação pré-universitária, aliando a escuta ativa com ferramentas práticas que favoreçam o resgate da autoestima e o fortalecimento de potencialidades para os desafios do Enem e vestibulares de todo o Brasil.
Nesta quarta de uma série de matérias sobre o Setembro Amarelo, a Agência de Notícias da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) apresenta a atuação do programa Alcance, no suporte emocional aos estudantes que se prepararam para o futuro, bem como a importância de estar atento a comportamentos dos jovens nessa fase da vida.
A ação promove atividades como o atendimento pelo grupo de desenvolvimento emocional das células de Psicopedagogia, de Sustentabilidade e de Saúde Mental e Práticas Sistêmicas e Restaurativas da Alece; atendimento por meio dos plantões psicológicos aos sábados, nos dias de aulões; Movimento Mulheres com Ciência; Grupo Vozes Femininas do Alcance; e ciclo de palestras em Fortaleza e nos núcleos municipais. Mais informações podem ser obtidas pelo WhatsApp do Alcance, por meio do número (85) 98125-7919.
Outra iniciativa por meio do Alcance foi o lançamento da cartilha “Desenvolvimento Socioemocional e Aprendizagem”, em parceria com a Célula de Saúde Mental e Práticas Sistêmicas Restaurativas do Comitê de Responsabilidade Social (CRS) e da Célula de Psicopedagogia do Departamento de Saúde e Assistência Social da Alece (DSAS). A versão digital da publicação está disponível na plataforma Alcance Virtual.
As cartilhas em formato físico foram distribuídas durante aulão realizado no auditório do Anexo II da Alece. / Foto: Marcos Moura.
Para a deputada Jô Farias (PT), coordenadora do programa Alcance, focar na saúde mental de jovens que se preparam para o futuro é de extrema importância, sobretudo em um momento de muita pressão psicológica. “O programa Alcance busca dar oportunidade para estudantes, preparando para o vestibular e para o mercado, mas não é apenas isso. Buscamos também acolher esses jovens e suas famílias e disponibilizar ferramentas de apoio emocional para cada um. O lançamento dessa cartilha mostra esse compromisso da Alece”, disse.
COMPORTAMENTOS DE RISCO NOS JOVENS
A adolescência molda as pessoas para a vida adulta e, enquanto a maioria desses jovens tem uma boa saúde mental, múltiplas mudanças físicas, emocionais e sociais, incluindo a exposição à pobreza, transtornos mentais, abuso e violência podem torná-los vulneráveis atingindo a saúde mental.
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), as condições de saúde mental são responsáveis por 16% da carga global de doenças e lesões em pessoas com idade entre 10 e 19 anos.
Metade de todas as condições de saúde mental começam por volta dos 14 anos, mas a maioria dos casos não é detectada nem tratada. Segundo relatório da OPAS, em todo o mundo, a depressão é uma das principais causas de doença e incapacidade entre adolescentes. Já o suicídio é a terceira principal causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos.
Um estudo do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Bahia) apontou que a taxa de suicídio entre jovens cresceu 6% ao ano no Brasil, entre os anos de 2011 e 2022. Já as taxas de notificações por autolesões na faixa etária entre 10 e 24 anos evoluíram 29% ao ano no mesmo período.
Considerando todas as faixas etárias, o Brasil registrou um aumento nos casos de suicídios e de autolesões: crescimento de 3,7% e 21% ao ano, respectivamente, conforme análise da Fundação Oswaldo Cruz. O que alerta para a atenção e o cuidado com os jovens, que apresentaram índices maiores que o restante da população, reforçando a necessidade de fortalecimento da rede de atenção psicossocial, sobretudo para essa faixa etária.
O médico psiquiatra Rodrigo Freitas explica que o suicídio envolve uma série de fatores, entre eles genéticos, epigenéticos (como o ambiente e o estilo de vida podem alterar os genes), familiares, eventos adversos precoces, histórico de transtornos mentais, adoecimento clínico, entre outros. "Além desses, em relação aos jovens, há fatores do próprio desenvolvimento que, somados aos fatores anteriores, podem piorar ou contribuir. Um exemplo é a imaturidade do córtex pré-frontal, que é o responsável pelas funções executivas", assinala.
Rodrigo Freitas ressalta ainda que, além disso, o sistema de recompensa cerebral continua no amadurecimento, predispondo os jovens a terem comportamentos de risco como uso de substâncias, aumentando o risco do suicídio. "Importante destacar também a exposição excessiva às redes sociais que, aumenta o estresse, o tédio e o expõe ao cyberbullying", frisou.
SÉRIE ESPECIAL - AGÊNCIA DE NOTÍCIAS
A primeira matéria produzida em alusão à Campanha Setembro Amarelo 2024 apresentou a importância do papel da escuta e da identificação de comportamentos que possam indicar uma fragilidade psicológica, assim como de onde é possível buscar ajuda. Na segunda, a Casa divulgou a programação com atividades que vão acontecer ao longo do mês a fim de promover a saúde mental e a prevenção do adoecimento psíquico. Já o terceiro conteúdo abordou o papel no Legislativo na elaboração de ações, leis e políticas públicas voltadas para a promoção da saúde mental e prevenção ao suicídio.
A Agência de Notícias da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) promoveu uma série com quatro matérias abordando questões relacionadas à campanha Setembro Amarelo. Participaram do especial os repórteres Gleydson Silva, Giovanna Munhoz e Ariadne Sousa, além dos editores Lusiana Freire e Vandecy Dourado. A Alece se une a essa campanha em prol da valorização da vida, dando as mãos a quem precisa e reafirmando o lema: "você não está só".
Edição: Vandecy Dourado/Lusiana Freire
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