Conexão Alece debate endometriose, fertilidade e outros temas da saúde da mulher
Por Narla Lopes07/07/2025 10:17 | Atualizado há 2 dias
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O Conexão Alece, programa multiplataforma da Alece FM, conversou, na manhã desta segunda-feira (07/07), com a médica ginecologista e especialista em reprodução humana, Lilian Serio, que abordou temas fundamentais para a saúde da mulher: endometriose, fertilidade e o congelamento de óvulos. A conversa trouxe informações importantes para quem busca entender melhor esses assuntos e planejar o futuro reprodutivo.
Dra. Lilian explicou que a endometriose é uma doença que ocorre quando o tecido do endométrio, que normalmente reveste a parte interna do útero e é eliminado durante a menstruação, cresce fora do órgão, atingindo os ovários, o intestino e a bexiga. Esse crescimento anormal causa inflamação e cicatrizes, provocando sintomas que vão desde cólicas menstruais intensas até dores durante a relação sexual, dor ao evacuar e dificuldades para engravidar.
Ela alertou que “a cólica muito forte, incapacitante, que faz a mulher faltar à escola ou precisar de remédio na veia, não é normal. Muitas vezes, a endometriose está por trás dessas dores.” Por isso, reforça a importância de não se conformar com a dor e buscar avaliação médica, especialmente em casos de histórico familiar da doença.
Além disso, a médica ressaltou que o congelamento de óvulos é uma estratégia eficaz para preservar a fertilidade, especialmente quando feito antes dos 35 anos, fase em que a qualidade e a quantidade dos óvulos são melhores. Porém, muitas mulheres só consideram essa opção mais tarde, o que torna o processo mais complexo e oneroso.
“Muitas mulheres acabam congelando óvulos aos 38, 40 anos. Nessa idade, é necessário, em média, congelar cerca de 40 óvulos para garantir uma boa chance de ter um filho saudável no futuro. Já aos 30 anos, são necessários apenas oito óvulos. É uma diferença muito grande”, destacou.
A especialista também explicou que o custo do congelamento varia conforme a medicação usada para estimular a produção de óvulos, ficando geralmente entre 10 e 14 mil reais. Além disso, há uma anuidade de R$ 1.500 a R$ 2.000 para manter os óvulos congelados até o momento da utilização. Na fase da fertilização, o tratamento custa cerca de 8 mil reais, fazendo o custo total do processo variar entre 20 e 30 mil reais.
A decisão sobre quantos ciclos realizar também considera a saúde física e emocional da mulher. Lilian recomendou, em geral, até seis tentativas para evitar sobrecarga hormonal, que pode aumentar riscos futuros, como o de câncer de mama. “No entanto, essa é uma decisão muito individual, pois o aspecto psicológico e financeiro varia de pessoa para pessoa”, esclareceu.
Outro aspecto fundamental é o papel do homem no processo, que responde por cerca de metade do sucesso do tratamento. Embora a etapa masculina seja geralmente menos invasiva, com exames e coleta de sêmen, em alguns casos, pode exigir procedimentos mais complexos. “O apoio emocional do parceiro é crucial, já que o tratamento pode ser desgastante para a mulher e impactar a relação do casal”, destacou a especialista.
Para quem deseja iniciar esse caminho, a orientação é buscar primeiro um ginecologista, que poderá encaminhar para especialistas em reprodução assistida. Exames como o hormônio antimülleriano (HAM) e ultrassonografia transvaginal são essenciais para avaliar a reserva ovariana e determinar o momento ideal para o congelamento.
Sobre a doação de óvulos, Lilian explicou que, no Brasil, o sistema funciona de forma compartilhada: mulheres com óvulos excedentes podem doar para outras que necessitam, reduzindo os custos do tratamento para ambas as partes.
Além disso, a médica reforçou que o acompanhamento ginecológico anual é essencial para prevenir e tratar precocemente doenças como a endometriose. Ela alerta para a importância da informação e do empoderamento feminino na tomada de decisões conscientes sobre a fertilidade. “Não deixe para última hora”, aconselha a médica, destacando que planejamento e cuidado são fundamentais para garantir uma vida reprodutiva saudável e segura.
Você pode assistir à entrevista completa que a médica ginecologista e especialista em reprodução humana, Lilian Serio, deu à jornalista Kézya Diniz no YouTube ou ainda pelo Alece Play.
SERVIÇO
Produzido por Kássia Braga e apresentado por Kézya Diniz, o Conexão Alece pode ser acessado no Alece Play. A novidade já pode ser baixada no Google Play, em celulares Android, ou acessada pelo navegador no celular, tablet, computador e smart TV.
O programa vai ao ar às segundas-feiras, na Alece FM e no YouTube, a partir das 8h, com reprises na Alece TV às 20h30. Além disso, o programa fica disponível em formato de podcast nas principais plataformas de áudio: Spotify, Deezer, YouTube Music e Apple Podcasts.
Edição: Vandecy Dourado
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