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Políticos avaliam impactos do hidrogênio verde na superação da desigualdade regional

Por Ricardo Garcia
26/05/2023 13:50 | Atualizado há 10 meses

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Senador Cid Gomes, presidente da Comissão do Hidrogênio Verde do Senado, diz que alternativa energética deve ajudar a superar desigualdades - Foto: Junior Pio

Durante o debate “Hidrogênio verde: inovação e energia limpa no Ceará”, realizado na manhã desta sexta-feira (26/05) na Assembleia Legislativa, o senador Cid Gomes (PDT/CE), que preside a Comissão de Hidrogênio Verde no Senado Federal, salientou que o estado do Ceará tem o dever de pensar em alternativas que busquem superar os desafios e desigualdades encontrados na região.

Segundo o senador, a população cearense representa 4,4% da população brasileira, mas o Produto Interno Bruno (PIB) do Estado responde por apenas 2,1% do PIB nacional. “O cearense médio vive com metade da renda de um brasileiro médio. Dessa forma, é o nosso dever encontrar alternativas para buscar um equilíbrio e tornar o Ceará um estado mais justo, e a iniciativa da Assembleia de promover esse debate contribui para essa busca”, avaliou.

De acordo com Cid Gomes, a Comissão de Hidrogênio Verde no Senado tem como objetivos principais difundir o tema e a sua importância para a população brasileira, bem como discutir políticas públicas relacionadas à pauta.

“A transição energética é um tema que desperta a atenção do mundo inteiro, sendo uma tarefa nossa legislar, discutir um marco regulatório e políticas, como a questão tributária, por exemplo, que são fundamentais para assegurar investimentos nessa área”, ressaltou o presidente da comissão no Senado.

Ainda para o senador, os investimentos em hidrogênio verde no Ceará não são oportunidades apenas para os grandes empresários e investidores. “É uma oportunidade que pode chegar lá no Salitre, no Chaval, em Fortim, a todos os rincões do Ceará. Para isso, é fundamental que uma parcela das compras de energia solar seja direcionada aos pequenos produtores de energia”, assinalou.

A senadora Augusta Brito (PT/CE) exaltou o empenho de cada técnico do Governo do Estado envolvido na pauta das energias renováveis. “Vejo todos em busca de tornar realidade esse sonho, que não está distante. A oportunidade é agora. Precisamos nos unir em prol dessa oportunidade, que é uma forma de fazer justiça pela região Nordeste”, defendeu.

A parlamentar também mencionou que apresentou projeto de lei no Senado que visa possibilitar melhores condições para que pequenas propriedades no Ceará possam produzir sua própria energia solar. “Nós queremos que essas pessoas lá da ponta possam adquirir financiamento para a produção energética e que elas possam vender o excedente dessa energia para o poder público, sem passar por licitação”, explicou.

Secretário Salmito Filho enfatiza protagonismo do Ceará na produção do hidrogênio verde / Foto: Junior Pio

Na avaliação do secretário do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho do Estado, Salmito Filho, o que está acontecendo é a maior oportunidade econômica da história brasileira, que tem o Ceará como um potencial protagonista em nível global na produção do hidrogênio verde. 

“Iniciamos ainda em 2021 as discussões sobre o tema aqui no Ceará e hoje temos 30 memorandos de entendimento com empresas que desejam se instalar em nosso Estado. A proposta do governador Elmano de Freitas é unir forças para garantir a competitividade pelo nosso hidrogênio verde, uma vez que temos tudo o que é necessário para sua produção em grande escala, o que, consequentemente, resultará em mais emprego e renda para nossa população”, enalteceu o secretário.

Para o chefe da Coordenadoria Especial de Programas Integrados da Prefeitura de Fortaleza, Eudoro Santana, o projeto do hidrogênio verde “é um projeto de Estado, da sociedade, e não de nenhum governo”, pontuando que não há “nenhum dono” da ideia.

“Esse projeto é mais amplo, mais profundo, sob o ponto de vista de participação da sociedade. Daqui a uns anos, pode ser que esse debate sobre o hidrogênio verde seja só um pedaço de algo muito maior”, considerou Eudoro Santana. 

Edição: Clara Guimarães 

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