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Alece lança grupo de acolhimento para mães de crianças atípicas

Por Pedro Emmanuel Goes
27/03/2024 17:29 | Atualizado há 4 semanas

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- Foto: Dário Gabriel

Foi lançado, na tarde desta quarta-feira (27/03), o projeto “Mãe, deixa eu cuidar de você - Um olhar plural para o autismo e a síndrome de Down”, iniciativa da Célula de Saúde Mental e Práticas Sistêmicas Restaurativas, do Comitê de Responsabilidade Social da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), em parceria com o Centro Inclusivo para Atendimento e Desenvolvimento Infantil (Ciadi) e o Movimento das Mulheres do Legislativo Cearense (MMLC).

Trata-se de um grupo terapêutico voltado para acolhimento de mães de pessoas com síndrome de Down e autismo, especialmente atendidas pelo Ciadi. Conforme a primeira-dama da Alece, Cristiane Leitão, o projeto consiste na realização de encontros onde será dado, pelas profissionais do Ciadi e do CRS da Alece, o suporte psicológico que essas mães necessitam. 

“Hoje nós vamos apresentar esse projeto e cadastrar as mães que desejam participar, e não só as mães que aguardam atendimento pelo Ciadi, mas também aquelas ligadas às associações de mães de crianças atípicas que o Ciadi presta assistência”, observou. 

Ainda de acordo com ela, o passo dado hoje com a formação desse grupo terapêutico é fundamental para a inclusão dessas crianças na sociedade. “As mães têm um papel primordial na criação dos filhos, e nesses casos, são mães que precisam também de acolhimento, suporte, informação, troca de experiências, e é isso que pretendemos oferecer com esse novo projeto”, disse. 

Foto: Dário Gabriel

A programação do encontro de hoje contou com apresentações artísticas, palestras e atividades lúdicas entre os presentes. As palestras do dia foram ministradas pela master coach e MBA em Neurociências e Psicologia Positiva, Viviane Vale, que falou sobre a importância de fomentar o autocuidado e autoestima; e pela psicóloga do Ciadi, Renata Soares, que apresentou projeto de sua autoria, um planner desenvolvido para mães de crianças atípicas. 

Renata Soares, que é mãe de uma criança autista, explicou a importância do desenvolvimento de uma rotina para as mães de crianças atípicas, consideração que levou a criação do planner. De acordo com ela, as mães de crianças autistas e com síndrome de Down estão diariamente imersas no processo de cuidado dos filhos, e consequentemente vão se esquecendo dos outros aspectos da sua vida. 

“São mães que, no geral, mergulham no lugar do diagnóstico e vão se esquecendo dos outros papeis que elas têm, de esposa, filha, profissional, amizade, todos esses outros papeis sociais são meio que deixados de lado”, alertou, lembrando que essa negligência em relação a si gera adoecimento e desequilíbrio mental. Dessa forma, a ferramenta desenvolvida por ela atua como suporte e forma de prevenção para que essas mulheres possam distribuir suas atividades e aproveitar a plenitude de suas vidas.  

Zuila Vieira, mãe de Calebe, de oito anos, criança com espectro autista, é uma das mães atendidas pelo Ciadi e recebeu a iniciativa do novo grupo terapêutico com sentimento de “gratidão”. O olhar para as mães, de acordo com ela, não é algo que se encontra na maioria dos centros terapêuticos para crianças atípicas. 

“Os tratamentos nesses centros são majoritariamente voltados para as crianças, mas o Ciadi se diferencia ao lançar esse olhar para as mães, algo que é também fundamental. Se estamos bem, as crianças também vão estar bem, e a proposta do Ciadi ao criar esse grupo de acolhimento soa como um abraço para as mães, que precisam tanto de apoio”, elogiou. 

A ação de hoje contou com o apoio da Sala do Empreendedor, da Procuradoria Especial da Mulher e do Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS) com a participação das Células de Psicologia, Enfermagem, Nutrição e Odontologia.

Edição: Lusiana Freire

 

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