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Atuação em defesa dos direitos humanos do CDVHS é celebrada em solenidade

Por Geimison Maia
09/07/2024 20:23

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- Foto: Marcos Moura

A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) realizou, na noite desta terça-feira (09/07), no auditório João Frederico Ferreira Gomes, sessão solene em comemoração aos 30 anos do Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza (CDVHS). 

O deputado Renato Roseno (Psol), requerente da solenidade, relembrou a trajetória do CDVHS, que nasceu a partir da mobilização comunitária e auto organizada de instituições da sociedade civil após o fim da Ditadura Militar no Brasil, em especial a partir do trabalho desenvolvido nas comunidades eclesiais de base (CEBs). 

Além disso, o parlamentar ressaltou o local onde o CDVHS foi criado, o Grande Bom Jardim, bairro que nasceu em 1974 e que hoje conta com uma população de cerca de 220 mil habitantes. “O Grande Bom Jardim nasce em um processo de expansão da cidade de Fortaleza que expulsa os mais pobres”, lamentou Renato Roseno. Ele ainda elogiou o trabalho do CDVHS, que articula diferentes dimensões da luta pelos direitos humanos, e a escolha do nome de Herbert de Souza para a instituição, por ser uma das figuras mais importantes da luta contra a fome no País. 

A secretária dos Direitos Humanos do Ceará, Socorro França, representando o governador Elmano de Freitas, relembrou o início dos trabalhos do CDVHS em 1994, em especial o mutirão realizado para expedir certidões de nascimento de crianças para que tivessem acesso à educação. “As pessoas não se aposentavam e não estudavam porque não tinham sequer personalidade civil por falta de uma certidão de nascimento”, recordou. Ela ainda enfatizou a importância do trabalho de Dom Aloísio Lorscheider no estímulo à criação de centros de defesa da vida. 

Para a reitora em exercício da Universidade Federal do Ceará (UFC), professora Diana Azevedo, é fundamental para a universidade ter “essa relação dialógica com o território do Bom Jardim”. Ela ainda avaliou como positiva a política de cotas para acesso às universidade públicas, por permitirem a convivência de alunos dos mais diferentes territórios. 

Coordenadora do CDVHS, Lúcia Albuquerque do Carmo, destaca historia da instituição. Foto: Marcos Moura

Durante a solenidade, 16 instituições foram homenageadas com certificados. Falando em nome delas, a coordenadora do CDVHS, Lúcia Albuquerque do Carmo, ressaltou que a história de 30 anos da instituição foi feita “a muitas mãos e por muita gente”. Ela lembrou uma série de lutas em defesa dos direitos humanos, em especial na área da educação, e fez uma projeção para o futuro: “que os próximos 30 anos sejam também permeados desse desejo que o bem comum seja efetivamente para todas as pessoas”. 

E o ex-coordenador do CDVHS, Caio Feitosa, agradeceu pelo trabalho e luta das gerações anteriores na construção do CDVHS. “Nós devemos muito (aos que vieram antes) pelo aprendizado político e por essa construção duradoura que é o Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza”, afirmou. 

Os participantes ainda acompanharam a apresentação dos artistas Lis Pereira, moradora do Grande Bom Jardim, estudante de Música e militante dos Direitos Humanos, e Vitor Queiroz.

Estiveram ainda presentes na mesa da sessão solene a supervisora do Núcleo de Direitos Humanos e Ações Coletivas da Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE), Mariana Lobo, representando a defensora pública-geral, Sâmia Costa Farias; e a diretos do CDVHS no período de 1998 a 2002, Fátima Carloto.

Edição: Clara Guimarães

 

 

 

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