Impactos e abrangência das bolsas de iniciação à docência são destacados em audiência na Alece
Por Pedro Emmanuel Goes19/05/2025 16:53 | Atualizado há 7 horas
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A importância do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) foi debatida em audiência pública realizada na tarde desta segunda-feira (19/05), pela Comissão de Ciência, Tecnologia e Educação Superior da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece). O deputado Missias Dias (PT), propositor do debate, explicou que o programa já beneficiou mais de 420 mil estudantes de licenciatura em todo o Brasil, mas ressaltou que é preciso “aperfeiçoá-lo”, de modo a contemplar cada vez mais formandos.
Uma das principais pautas do debate foi a tramitação do projeto de lei 3970/2021 no Congresso Nacional, que institui o Pibid como política pública federal. “Com a aprovação deste projeto, nenhum presidente que não quer que jovens tenham acesso à educação poderá extinguir ou reduzir aquilo que é direito dos estudantes e da sociedade como um todo”, defendeu Missias Dias.
Outra questão levantada foi a capacidade do Pibid de conter a evasão estudantil das universidades. Conforme Jaqueline Rabelo de Lima, professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e presidente do Fórum de Coordenadores Institucionais do Pibid e Residência Pedagógica, o censo de 2024 apontou que o curso cearense com menor índice de desistências ainda computa 50% de evasão. “Os motivos são diversos, mas a falta de políticas que garantam a permanência desses estudantes nas universidades deixam os números ainda maiores”, salientou.
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Jaqueline Rabelo de Lima, presidente do Fórum de Coordenadores Institucionais do Pibid e Residência Pedagógica, diz que programa eleva qualidade da formação profissional - Foto: Dário Gabriel
Jaqueline Rabelo explicou que o Pibid está presente em mais de mil municípios brasileiros e que cerca de 38 mil estudantes não foram atendidos no último edital. Na Uece, de acordo com ela, há um déficit de 300 estudantes inscritos que não foram contemplados pelo programa. “São 300 estudantes que deixam de participar de um programa que eleva em qualidade a sua formação profissional e ainda garante o suprimento de suas despesas estudantis, como aluguel, alimentação, transporte, vestimenta, material de estudo e outras”.
Andreyson Calixto de Brito, professor do Instituto Federal do Ceará (IFCE), destacou o reconhecimento e as oportunidades geradas pelo Pibid. De acordo com ele, segundo um levantamento realizado com uma turma do curso de Matemática do IFCE de Crateús, de 45 concludentes, 38 eram contemplados pelo Pibid, e, destes, 28 já estavam atuando na profissão antes do fim do curso. Ainda, 90% dos aprovados no último concurso da Seduc para a área foram bolsistas do Pibid.
“É apenas o maior programa em educação do País, e precisamos apoiar sua transformação em política pública, estabelecendo o acesso a todos”, disse, lamentando o déficit atual de quase 500 bolsas no IFCE.

Foto: Dário Gabriel
Representando a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Raimundo Costa defendeu que a concessão de bolsa estudantil é “investimento”. “Cada um real gasto na formação dos estudantes retorna em massa salarial depois de formados, e o presidente Lula demonstra consciência disso, quando um de seus primeiros atos de gestão foi o reajuste das bolsas estudantis”, disse.
Ele frisou que o Pibid “qualifica o estudante ao estabelecer a prática profissional paralela à teoria, com o apoio de tutores, condições que tornam o estudante mais preparado que os outros e mais apto em seleções de mestrado e doutorado”.
As discussões sobre a abrangência e impactos do Pibid na formação de estudantes e valorização de professores seguiram com a participação dos professores membros das seguintes instituições: Francisca Clara de Paula (Universidade Regional do Cariri - Urca), Renato de Almeida Oliveira (Universidade do Vale do Acaraú - UVA), Joana Rower (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - Unilab), Fabrício Sudério (Uece), Anna Catarine Amaral (professora efetiva da Secretaria Municipal da Educação de Fortaleza), Carla Férrer (Centro Universitário Uninassau), Ramon Fernandes Ramos (professor efetivo da Secretaria Municipal da Educação de Fortaleza) e Vivian Maria Mendonça (IFCE).
Acompanhe abaixo a íntegra da audiência pública:
Edição: Clara Guimarães
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