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Procuradoria Especial da Mulher oferece grupo terapêutico para mulheres assistidas

Por Davi Holanda
03/10/2023 18:01 | Atualizado há 1 ano

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Grupo Florescer realiza encontros terapêuticos com mulheres vítimas de violência - Foto: Marcos Moura

A Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), por meio da Procuradoria Especial da Mulher (PEM), recebe, examina e encaminha denúncias de violência contra a mulher, além de acolher e atender mulheres vítimas de violência no Estado, fornecendo informações sobre seus direitos e oferecendo atendimentos jurídico, psicossocial e de mediação.

Em um de seus projetos, intitulado Grupo Florescer, as mulheres assistidas têm encontros quinzenais, conduzidos pela psicóloga e facilitadora Elaine do Nascimento, especialista em Saúde Pública e da Família e Psicodrama Socioeducacional e Terapêutico, em que elas compartilham vivências e experiências, além de serem estimuladas a fazer uma autoavaliação no que diz respeito à autoestima, acolhimento, comunicação, autoconhecimento, criatividade, espontaneidade, percepção e não julgamento.

De acordo com a psicóloga, o Grupo Florescer foi criado por ela em maio deste ano e se destina principalmente às mulheres que passam por problemas de violência doméstica e que procuraram auxílio na Procuradoria.

“Esse grupo é formado por assistidas que estão passando por problemas de violência doméstica. Elas primeiro passaram por um atendimento jurídico aqui dentro da Procuradoria Especial da Mulher e também passaram pelo atendimento psicológico. A partir disso, fizemos uma média de seis atendimentos. No entanto, teve assistidas que eu fiquei um ano todo, então o vínculo foi crescendo e o processo delas evoluindo, o que me despertou a vontade de querer criar esse grupo”, pontuou. 

Para a coordenadora do equipamento, Érica Praciano, a ideia dos encontros é proporcionar um espaço acolhedor e transformador. “A vivência do grupo contribui para a superação de traumas, dando-lhes mais segurança na condução de seus objetivos de realização pessoal”, afirmou.

“Inicialmente, essas assistidas demonstravam muita fragilidade emocional, não se reconheciam como agentes ativos da sociedade, capazes de tomar suas decisões, buscar seus direitos e viver sem o agressor ou com agressor e sem a violência. Elas relataram muita insegurança, medos e traumas. Atualmente, a partir das vivências grupais, elas podem refletir sobre seus papéis sociais, agindo com mais espontaneidade e criatividade. O grupo proporcionou novas formas de agir e pensar”, completou.

A assistente administrativa Regina Costa, de 49 anos, participa do Grupo Florescer desde a sua fundação. Para ela, ter conhecido a iniciativa foi de extrema importância para enfrentar seus problemas com a depressão.

“Conheci o Grupo Florescer em um momento muito difícil da minha vida, em que estava em uma depressão profunda e com acontecimentos muito desagradáveis na minha casa, e por isso tive que procurar a Delegacia da Mulher. E lá me indicaram a doutora Elaine, e eu vim até a Procuradoria para ter atendimentos individuais com ela, que me ajudaram muito. E depois ela falou sobre o grupo e me fez o convite para participar. E desde então os atendimentos passaram a ser coletivos, o que me fortaleceu mais ainda”, salientou.

A procuradora Especial da Mulher, deputada estadual Lia Gomes (PDT), disse que pretende ampliar o grupo para contemplar mais mulheres que precisam de continuidade nesse atendimento psicológico. 

“São mulheres fragilizadas e que se sentem confortáveis em seguir com o atendimento pela Procuradoria, onde receberam o primeiro acolhimento. É o que um atendimento humanizado e qualificado faz: gera um ambiente seguro, acolhedor e confortável para elas. Por que não ampliar o que está dando certo?”, assinalou.

Edição: Clara Guimarães

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