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Cenário epidemiológico da dengue no Ceará e no Brasil é tema do Grandes Debates

Por Geimison Maia
26/03/2024 22:15 | Atualizado há 4 semanas

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- Foto: Marcos Moura

O programa Grandes Debates, promovido pelo Comitê de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos e transmitido pela TV Assembleia (canal 31.1) e FM Assembleia (96,7MHz), abordou, nesta terça-feira (26/03), o cenário epidemiológico da dengue no Ceará e no Brasil.

De acordo com o vice-presidente da Comissão de Previdência e Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), deputado Alysson Aguiar (PCdoB), a incidência da doença no Estado representa apenas 0,05% do total de casos registrados nacionalmente. “Parabenizo a vigilância sanitária e epidemiológica do Ceará. O Estado vem na contramão de todo o Brasil”, afirmou.

Ainda assim, o parlamentar alertou para os riscos da doença, principalmente em casos de reincidência e em idosos, e defendeu que medidas de prevenção sejam adotadas mesmo neste cenário estadual mais favorável, como usar repelentes e evitar o acúmulo de água.

O secretário executivo de Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Antônio Silva Lima Neto (Tanta), avaliou que o fato de o Ceará já ter vivenciado outras epidemias de dengue fez com que a população esteja mais resistente à infecção, em especial à dos sorotipos 1 e 2. “Estamos vivendo um cenário no Nordeste completamente diverso do centro-sul do País”, comentou.

Antônio Lima também apontou as mudanças climáticas como uma possível explicação para a maior incidência da doença em 2024 em estados que antes não eram tão atingidos pela epidemia de dengue, como os do Sul do Brasil, e mesmo em outros países. Essas alterações climáticas favoreceriam a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus, nesses lugares.

Já o consultor de Epidemiologia da Escola de Saúde Pública do Ceará, Keny Colares, chamou a atenção para os principais sintomas da doença, como febre, moleza e dores no corpo. “O que diferencia mais a dengue (de outras viroses) é a ausência de sintomas respiratórios, como tosse”, salientou.

Ele ainda informou que foi abolido o termo “dengue hemorrágica”, adotando as denominações “dengue”, “dengue com sinais de alarme” e “dengue grave”. Isso, segundo Keny Colares, deve-se ao fato de a hemorragia e a queda de plaquetas não serem os únicos indicadores de gravidade. Os sinais de alerta também são, por exemplo, vômitos frequentes, dor abdominal, escurecimento da visão, redução da quantidade de urina e prostração. Keny Colares lembrou ainda que a desidratação provocada pela doença representa um dos maiores riscos, pois pode levar a problemas na circulação sanguínea em virtude da queda da pressão arterial.

A íntegra dessa e de outras edições do Grandes Debates pode ser visualizada na página da TV Assembleia no YouTube.

Edição: Lusiana Freire

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