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Riscos e transtornos causados pela obra do 4º Anel Viário são debatidos na Alece

Por Juliana Melo
11/04/2024 18:47

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- Foto: Dário Gabriel

A Comissão de Viação, Transporte e Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) realizou, nesta quinta-feira (11/04), audiência pública para tratar sobre os problemas enfrentados pela população que vive do entorno das obras inacabadas de duplicação do 4º Anel Viário. 

O debate é iniciativa do presidente da comissão, deputado Antônio Henrique (PDT) Ele disse que foi procurado por vários moradores de diferentes trechos do entorno da obra, que vêm sofrendo, há mais de dez anos,  pela falta de finalização. 

O parlamentar informou que levará as queixas da população ao Plenário, por meio de pronunciamento, e também lamentou a ausência das autoridades estaduais durante a audiência pública. "Assim como a população fez todo o esforço necessário para sair lá das suas residências, muitos sem nenhuma condição, mas fizeram questão de vir para cá. Essa agenda de hoje é tão importante quanto qualquer outra agenda que tenha ter sido colocada no calendário das autoridades", pontuou.

Antônio Henrique declarou que o debate será registrado em ata e que o documento será enviado para os representantes da Superintendência de Obras Públicas (SOP), Secretaria da Infraestrutura do Estado, Secretaria de Cidades do Estado, que não compareceram ao debate. 

O pastor Charliton dos Santos da 1ª Igreja Presbiteriana Renovada de Maracanaú, localizada no entorno das obras inacabadas do 4º Anel Viário, afirmou que já presenciou mais de 20 acidentes. Ele relatou que há um trecho de via estreita que está sem sinalização, além de muitas partes que estão sem iluminação e trechos em que o acostamento está em nível mais alto que a pista. Outro ponto destacado por ele é a colocação de blocos de concreto para proteger um trecho que tem uma vala, mas esses blocos estariam provocando vários acidentes, inclusive, com mortes. 

Ele sugeriu que sejam implantadas soluções para reduzir a velocidade, como lombadas e fiscalização eletrônica, além de faixa de pedestre e passarelas  para dar mais segurança para os moradores. Charliton dos Santos também reforçou a necessidade de colocar iluminação. "Com aquela densidade populacional, com aquele volume de tráfego, é importante que tenha iluminação. Tem já uma série de postes, mas que essa iluminação nunca chegou", frisou. 

O pastor Dhiego Fernandes acrescentou que há trechos em que o mato está alto e que estaria atrapalhando a visualização quando motorista vai fazer retorno, causando risco de acidentes.

Segundo o advogado Alisson Silveira, morador da região, muitas famílias perderam entes queridos, que foram mortos ao atravessar para ir à escola ou ao posto de saúde. Ele criticou a falta de mecanismos que garantam redução de velocidade e cobrou colocação de sinalização que ajude a passagem travessia dos moradores. 

"Não há nenhuma placa dizendo que ali há a travessia de crianças, de alunos, de idosos que procuram uma unidade de saúde e, infelizmente, eles têm as suas vidas tragadas ou têm a sua saúde danificada por conta da negligência dos órgãos que poderiam ter feito algo para evitar esses acidentes. Eu quero clamar ao governador do Estado, aos nossos deputados estaduais, aqui nós estamos falando em nome do povo, e gostaríamos muito de ter a solução de uma forma mais breve possível", concluiu.

O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Francisco Williams Cabral Filho, lembrou que a obra passou  a ser de responsabilidade do Estado em junho de 2022. Ele informou que o governo procurou o Dnit no ano passado para solicitar apoio financeiro para dar continuidade à duplicação, o que teria sido atendido pelo Governo Federal, com cerca de R$ 84 milhões.

Também estiveram presentes os pastores Erivaldo Costa e Rubens Xavier. 

Edição: Clara Guimarães

 

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