Projeto que institui campanha de prevenção da dengue nas escolas é transformado em lei
Por Lincoln Vieira29/01/2025 12:14 | Atualizado há 1 mês
Compartilhe esta notícia:

O período chuvoso no Ceará acontece no primeiro semestre do ano, com chuvas intensas, tendo seu ápice entre os meses de fevereiro a maio. Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), em 2025, o Ceará tem 45% de chances de chuvas dentro da média histórica entre fevereiro e abril, por isso, a população deve ligar o "sinal de alerta" para se proteger de gripes, resfriados e principalmente de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como a chikungunya, zika e a dengue.
Para proteger as crianças e adolescentes das doenças transmitidas pelo mosquito, a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) aprovou, no início de julho de 2024, o projeto de lei n.º 104/24, que instituiu a Campanha de Prevenção da Dengue nas Escolas no Ceará. A matéria, transformada na lei n.º 18.959, pelo governador Elmano de Freitas, ainda em julho, é de autoria da deputada Luana Régia (Cidadania).
Entre os objetivos, conforme o projeto da parlamentar, estão orientar a comunidade escolar sobre ações práticas para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, como eliminação de criadouros e uso de repelentes; a adoção de hábitos saudáveis e comportamentos preventivos dentro e fora da escola; e colaborar para a promoção de uma cultura de prevenção e responsabilidade compartilhada com incentivo a participação de todos os membros da comunidade escolar.
A deputada Luana Régia (Cidadania) ressalta que a disseminação da dengue está ligada às condições ambientais e comportamentais. "A partir da conscientização e da mudança de comportamento, podemos reduzir significativamente a proliferação do mosquito Aedes aegypti e, consequentemente, prevenir epidemias", avalia.
A parlamentar sugere que a abordagem sobre o combate ao mosquito pode ser compartilhada durante as aulas nas disciplinas de ciências, geografia, biologia e nas demais matérias inseridas no currículo escolar.
"Ao envolver os alunos, professores e funcionários das escolas públicas e privadas em atividades práticas e educativas de prevenção da dengue, pode-se criar uma cultura de proteção, que se estende para além dos muros da escola, impactando positivamente toda a comunidade", explica.
No Ceará, a plataforma de transparência da gestão pública de saúde do Ceará, o IntegraSUS, registrou 14.153 casos da doença no Ceará em 2023, enquanto em 2024 o sistema contabilizou 11.836. Somente em Fortaleza, a plataforma apontou 4.983 casos de dengue em 2023 e 3.382, em 2024.
PROTAGONISMO NAS ESCOLAS
A coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), Ana Cabral, destaca que a lei criada pela Alece e sancionada pelo governador vai estimular o protagonismo dos estudantes na prevenção à dengue. Segundo a especialista, a conscientização dos estudantes os auxilia a atuar como multiplicadores do conhecimento adquirido em sala de aula.
"Geralmente eles levam também o conhecimento que adquirem na escola para dentro de casa, estimulando também os pais a adotarem essas medidas de prevenção contra a dengue dentro da residência, onde encontramos a maioria dos locais onde tem focos propícios para a reprodução do mosquito e também para a comunidade", analisa.
Ana Cabral avalia, também, o aumento nos casos de dengue no Ceará no início do ano. Segundo ela, os casos se tornam mais intensos entre os meses de janeiro a maio, devido ao período de chuvas aliado ao forte calor. "A dengue pode se manifestar de forma sintomática, apresentando sintomas leves ou graves. Os principais sinais podem incluir febre, principalmente entre os primeiros dias, a dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares, fadiga, aparecer náuseas e vômitos e pode ter também manchas vermelhas pelo corpo", alerta.
Ana Cabral orienta a população a ficar atenta a outros sinais, como a queda abrupta da febre, sangramentos que podem ser gengivais, além de dores abdominais intensas e contínuas. A especialista aconselha ainda como deve ser o tratamento da doença.
"O tratamento é com base na hidratação oral ou então venosa, o uso de analgésicos e antitérmicos, o monitoramento de sinais de gravidade e evitar também o uso de alguns medicamentos que podem agravar essa situação, principalmente aqueles medicamentos anti-inflamatórios.
Edição: Vandecy Dourado
Veja também

Alece homenageia movimento católico Jubileu 2025 nesta quarta-feira
Autor: Giovanna Munhoz
Sala do Empreendedor da Alece promove roda de conversa sobre afroempreendedorismo
Autor: Guilherme de Andrade