Alece ressalta importância do mercado de queijos e manteigas artesanais para o CE
Por Ariadne Sousa13/10/2025 19:29 | Atualizado há 7 horas
Compartilhe esta notícia:

A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) comemorou, na tarde desta segunda-feira (13/10), os cinco anos da Lei Estadual de n.º 17.318/2020, que dispõe sobre a regulamentação da produção e a comercialização de queijos e manteigas artesanais no Ceará. Na cerimônia, solicitada pelo deputado Leonardo Pinheiro (Progressistas), foram destacados os benefícios que a legislação trouxe para o setor e para os produtores locais.
Segundo Leonardo Pinheiro, o mercado de queijos e manteigas artesanais exerce forte influência na renda e na manutenção do legado dos povos sertanejos do Ceará. “Essa legislação nasce da necessidade de valorizar a tradição do sertão, preservar o modo de fazer artesanal e dar dignidade aos pequenos e médios produtores que encontram no queijo coalho, no queijo manteiga e na manteiga da terra não apenas um produto, mas uma verdadeira expressão da cultura, da nossa identidade, da nossa história”, explicou.
O parlamentar ressaltou que apesar dos benefícios gerados pela legislação, ainda são necessárias ações para que atinja a totalidade da sua efetividade. “Nós temos esse desafio de fazer com que essa Lei possa ser implementada em sua plenitude para que nós possamos contribuir com essa importante cadeia produtiva, que não só é importante na questão de emprego e renda no interior do Ceará, mas também representa nossa tradução gastronômica, nossa história do povo sertanejo”, completou Leonardo Pinheiro.
De acordo com o deputado Antônio Granja (PSB), subscritor da solenidade, a cadeia produtiva de laticínios é a que mais emprega no estado. O parlamentar apontou ainda que as principais cidades do setor são Milhã, Jaguaribe, Jaguaribara, Jaguaretama, Quixeramobim e Morada Nova. Além disso, ressaltou que os queijos produzidos no Ceará ganham importantes medalhas em campeonatos realizados no país.
Na tribuna, o reitor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Hidelbrando Soares, exaltou a capacidade da cadeia produtiva vinculada ao leite cru e comentou sobre o quanto as parcerias com as universidades podem fortalecer o setor. “É importante que essa discussão esteja acontecendo na Casa do povo, para que a gente explore ainda mais as potencialidades que essa Lei nos deu. Há uma potencialidade estabelecida na própria Lei que o estado do Ceará ainda não explorou em sua plenitude”, ponderou.
Em nome do Governo do Estado, o assessor jurídico da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri) Rafael Fernandes de Alcântara afirmou que a pasta está aberta para dialogar a respeito das demandas existentes no âmbito da produção artesanal dos queijos e manteigas. “O Governo do Ceará reafirma o compromisso com o desenvolvimento rural sustentável, com a valorização do pequeno produtor e com o fortalecimento da agroindústria cearense, que é motivo de orgulho para o nosso estado”, declarou.
HOMENAGEADOS
Representando os demais agraciados, o professor da Uece e idealizador da regulamentação dos queijos e manteigas, Fernando Mourão, lembrou que a aprovação da Lei Estadual enfrentou muitos obstáculos, mas que já gerou avanços significativos. Apesar disso, apontou demandas existentes no setor, entre elas a necessidade de que haja um mapeamento de identificação de queijarias ilegais.
“Essas queijarias ilegais representam um grande potencial de se criar novas empresas, novos empregos, trabalho e renda no campo. Outro ponto importante é incentivar pesquisa e desenvolvimento tecnológico envolvendo as universidades públicas e privadas, o Instituto Federal do Ceará, a Embrapa e outros órgãos”, detalhou.
Por fim, o professor defendeu a criação de pequenos laboratórios de controle de qualidade do leite e da água, assim como um trabalho de reconhecimento dos benefícios do queijo de leite cru para a saúde humana. “Nós temos que valorizar esse patrimônio cultural, essa riqueza gastronômica que faz parte da nossa cultura, isso representa emprego, trabalho no campo, recurso, e fonte de renda”, completou Fernando Mourão.
Para a presidente da Associação do Queijo Cearense, Fabilla Cristianny Aquino Diógenes, a solenidade é um momento de celebração, mas também um espaço para negociar diálogos a respeito das demandas da categoria. “Produto artesanal não é produto feito de qualquer jeito, produto artesanal requer qualidade, controle e parâmetro Então o que nós produtores artesanais queremos são legislações condizentes com o nosso tamanho e com os nossos produtos”, disse.
A lista de homenageados conta ainda com Antônio Tiago Souza dos Santos; Antônio Jakson Pinheiro; Daniel Lopes de Sousa; Elenir Queiroz de Lima; Francisco Edilson Almeida Aquino; Francisco Antunes de Araújo Júnior; Francisco Nogueira Neto; Ítalo Diógenes Holanda Bezerra; Luiz Osório Loiola Gonçalves; Maria Edna Lourenço da Silva; Marcelo de Oliveira Guimarães; Sheilane Maria Rodrigues Magalhães; e Vilma Narciso Gomes.
Completaram a mesa da solenidade o titular da Superintendência de Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará, Francisco Augusto de Sousa; e o homenageado Raimundo dos Queijos.
Veja também

Alece realiza ações de conscientização sobre o câncer de mama para idosos
Autor: Juliana Melo
Seminário de Cooperativismo encerra com homenagens nesta segunda-feira
Autor: Pedro Emmanuel Goes