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Deputados cobram agilidade nas ações para minimizar danos da seca

Por ALECE
04/05/2012 20:45 | Atualizado há 2 semanas

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Audiência da Comissão de Agropecuária - Foto: Paulo Rocha

A seca verde no interior do Ceará foi tema de debate da Comissão de Agropecuária, na tarde desta sexta-feira (04/05). A deputada Fernanda Pessoa (PR), que solicitou o debate, destacou que em algumas regiões as perdas da safra já chegam a 60%. Ela cobrou agilidade nas ações de atendimento à população afetada.

Fernanda lembrou que as perdas do setor agropecuário vêm de vários anos e defendeu a adoção de medidas definitivas de convívio com o semiárido. “Há quanto tempo isso se repete? Precisamos usar a tecnologia, ampliar as políticas públicas de irrigação. Países, como Israel, que fica no meio de um deserto, já são um polo de produção de alimentos”, ressaltou a parlamentar.

O deputado Hermínio Resende (PSL) alertou que cerca de 30% do rebanho bovino e 50% da lavoura cearense estão em risco. Ele defendeu mais prazo para quitação de dívidas com o Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) e a redução dos preços do milho que será repassado aos produtores.

O deputado Antônio Granja (PSB) também cobrou agilidade nas ações e afirmou que se a ajuda não chegar, o rebanho cearense será dizimado. O deputado Leonardo Pinheiro (PSD) ressaltou que as ações de combate à seca devem priorizar a segurança alimentar.

O delegado regional do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Francisco Sombra, falou das ações do Governo Federal, definidas durante o encontro da presidente Dilma Rousseff com governadores do Nordeste. Ele destacou a antecipação do pagamento do Seguro Safra, a ampliação de linha de crédito e projetos de segurança alimentar e hídrica.

O secretário adjunto de Desenvolvimento Agrário (SDA), Antônio Amorim, informou que em algumas regiões as perdas devem chegar a mais de 80% da safra. Ele falou sobre ações do Estado e disse que o Governo Federal vai enviar cerca de 400 mil toneladas de milho para alimentação animal.

O presidente da Federação dos Agricultores do Estado do Ceará (Faec), Flávio Sabóia, defendeu a desburocratização para créditos rurais e a extensão de facilidades aos produtores de médio porte. “Numa hora como essa não se pode exigir garantias”, disse Sabóia.

O prefeito de Senador Pompeu, José Araújo, disse que em seu município mais de 90% da safra agrícola está perdida. O presidente da Câmara Setorial do Leite, Álvaro Carneiro, afirmou que a estiagem pode reduzir até 50% do rebanho bovino cearense.

O coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Hélcio Queiroz, disse que o Comitê Integrado de Combate à Estiagem se reúne nesta segunda-feira (07/05) para definir as ações emergenciais que serão tomadas. O Comitê, que será presidido pelo secretário Nelson Martins, terá a participação de órgãos municipais, estaduais e federais. Dentre eles, o Exército e o MDA.

Também participaram do debate o deputado Roberto Mesquita (PV); o ex-deputado federal Luiz Girão; vereadores e secretários de vários municípios; além de representantes da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado (Fetraece), da Comissão Pastoral da Terra, do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste (BNB) e de várias outras entidades.
CV/CP

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