Heitor critica postura do Governo sobre escândalo dos consignados
Por ALECE04/04/2012 15:45 | Atualizado há 2 meses
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O deputado Heitor Férrer (PDT) comentou, na sessão plenária desta quarta-feira (04/04), a determinação do governador Cid Gomes (PSB) de pedir esclarecimentos da Administradora Brasileira de Cartões S/A (ABC) sobre a concessão de empréstimos consignados a servidores públicos do Ceará. A medida consta em nota publicada nos jornais de grande circulação de hoje. A empresa tem 24 horas para pronunciar-se publicamente.
Na opinião de Heitor, tudo não passa de um “ensaio” do socialista – uma espécie de encenação para resolver o caso -, pois ele já dispõe de vasta documentação que comprovaria a existência de um esquema de enriquecimento ilícito e não tomou providências a respeito do escândalo. As supostas provas foram entregues por Férrer, em 20 de dezembro do ano passado, após Cid Gomes solicitar, em plenário, um mês antes, que ele assim procedesse.
O parlamentar lembrou que tornou público o problema em julho de 2011. Nesta semana, o assunto foi alvo de matéria da revista Época. “O que estou falando há quase um ano, o governador não se manifestou sequer com um pio. A rede de tráfico de influência é muito nítida. Este abc, nós conhecemos. Queremos o resto do alfabeto, que o governo conhece”, disse.
Segundo o pedetista, 19% de cada operação vão para a empresa Promus, subcontratada pela ABC para gerenciar os consignados, que movimentam por mês cerca de R$ 5 milhões, conforme Heitor. “No momento em que o príncipe ficou nu no Ceará, nada o comoveu. No momento em que o príncipe ficou nu diante da imprensa do Sul, o governante começa a temer as consequências e ensaia uma explicação”, ironizou Férrer.
Em aparte, o deputado Augustinho Moreira (PV) revelou que apresentará novo requerimento solicitando a realização de audiência pública para dissecar o tema e o Governo ter a chance de posicionar-se com mais clareza. “Nenhuma das empresas que atuam nesse ramo, e têm a ABC como dirigente maior, está cadastrada na Seplag (Secretaria Estadual do Planejamento e Gestão). É uma vergonha nacional”, opinou.
Já o deputado Roberto Mesquita (PV) lamentou a postura da Seplag, autora da nota publicada nos jornais. Para ele, a própria pasta deveria dar explicações públicas por estar diretamente ligada à concessão dos consignados. “São técnicos dela que fazem a fiscalização das operações. Mas, do jeito que falam, a ABC ganha nada (pelas transações) e ainda paga ao Estado. Vamos resolver o problema, modificar o contrato e dar outra feição à concessão (do empréstimo). Não vamos querer tapar o sol com a peneira”, pediu.
BC/CG
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