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Mirian denuncia precariedade no exercício da enfermagem no Brasil

Por ALECE
16/05/2012 16:57 | Atualizado há 2 semanas

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Dep. Mirian Sobreira (PSB) - Foto: Paulo Rocha

 

A deputada Mirian Sobreira (PSB) comentou, na sessão plenária da Assembleia Legislativa desta quarta-feira (16/05), as dificuldades enfrentadas por enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem no Brasil no exercício da profissão. Amanhã, a AL realiza sessão solene para homenagear as categorias, cuja data é celebrada em 12 de maio. Segundo a socialista, uma audiência pública com data a definir debaterá questões salariais, dos plantonistas e de infraestrutura.

O reconhecimento do poder público no tocante à remuneração não acontece, afirmou a parlamentar, relatando caso de enfermeiro ganhar apenas R$ 800 de prefeitura no Interior.

A deputada revelou que existem 1,3 milhão de profissionais de enfermagem no Brasil e 48 mil no Ceará. Trata-se da segunda maior classe do País, com o maior número de mestres e doutores e a quinta que mais publica trabalhos científicos no mundo. “Exercemos, às vezes, funções que não são nossas para atender à sociedade, que já sofre com um sistema de saúde desumano e, muitas vezes, criminoso. Nosso erro pode custar uma vida humana”, pontuou.
De acordo com a socialista, muitos ambientes de trabalho são inadequados. Ela denunciou irregularidades no Programa Saúde da Família (PSF), com enfermeiros cumprindo funções de médicos. “Ultrapassa os limites do desrespeito e da dignidade. Eles colocam o diploma em risco para atender à comunidade”, citou.

Mirian Sobreira também lamentou o fato de a categoria, apesar de existir há 87 anos, ainda não ter um piso salarial. Tramita no Congresso uma proposta de fixação em R$ 4.600 para enfermeiros, 70% deste valor para técnicos e 50% deste total para auxiliares. “É humanamente impossível prestar um serviço de qualidade. É justo que a população cobre, mas também que os gestores vejam a situação crítica do profissional”, ponderou.

Em aparte, a deputada Dra. Silvana (PMDB) afirmou que se prefere dar visibilidade aos erros das categorias do que tornar pública as condições nas quais elas trabalham. Como exemplo, a peemedebista citou a sobrecarga de trabalho. Muitos profissionais cumprem expedientes em mais de uma unidade/programa de saúde. “Às vezes, um enfermeiro assume um andar inteiro. A população não quer saber se está sobrecarregado, mas se fez uma besteira. Seu clamor é um clamor social”, considerou.
BC/CG

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