Cerimônia na Alece celebra medalhistas da Olimpíada Brasileira de Raciocínio Lógico

A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) recebeu, nesta sexta-feira (19/01), alunos, professores e coordenadores de escolas públicas e privadas do Estado para a cerimônia de premiação dos medalhistas de ouros da IX Olimpíada Brasileira de Raciocínio Lógico (OBRL). Com apoio do Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o Desenvolvimento do Estado do Ceará (Inesp) da Alece, a solenidade aconteceu no auditório Deputado João Frederico Ferreira Gomes e reconheceu 185 medalhistas de ouro do Ceará.

A cerimônia de entrega de medalhas e reconhecimento foi conduzida pelo diretor executivo do Inesp, professor João Milton Cunha de Miranda. Ele atribuiu o sucesso dos estudantes cearenses na OBRL à preparação contínua e destacou que a chegada do campus do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) ao Ceará se deve ao bom desempenho dos alunos cearenses em olimpíadas nacionais, principalmente as ligadas a ciências. 

"O principal elemento que subsidiou essa conquista foi exatamente esses grandes resultados que nascem nas olimpíadas científicas. Se há aprovações significativas de estudantes de escolas cearenses no ITA, no IME e nos primeiros lugares do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), se deve ao processo das olimpíadas científicas", destacou o professor João Milton Cunha.

O presidente da comissão organizadora da IX Olimpíada Brasileira de Raciocínio Lógico, professor Senun Nunes, avalia como positiva o reconhecimento dos estudantes porque os encoraja a buscar por conhecimento. "É fundamental a gente estar realizando uma cerimônia de premiação, porque isso estimula um aluno a continuar nesse processo de ganho de conhecimento. O próprio aluno se engaja para ganhar conhecimento, ampliando o seu repertório cognitivo, e isso vai ter impacto na sua vida profissional". 

O professor de matemática Maurílio Pinheiro conta que a preparação dos alunos para as provas da Olimpíada Brasileira de Raciocínio Lógico é feita a partir de seleção por meio do desempenho dos estudantes de turmas regulares que se destacam nas provas. Aulas específicas e direcionadas ao conteúdo da competição são o diferencial para se destacar nas provas. 

"Eles têm por volta de quatro a seis aulas por semana, extra, fora carga horária normal, para ter essa preparação de Olimpíada, ter essa preparação mais baseada nas provas que eles irão fazer. Sempre antes da prova a gente tem uma semana de preparação, sempre tentando dar o maior suporte para que esses alunos consigam chegar onde eles chegam", revelou o professor dos colégios Master e Santa Cecília. 

O professor acredita que trabalhar com o raciocínio lógico desencadeia uma série de atitudes que os estudantes podem utilizar durante a vida curricular na escola e na trajetória acadêmica. Ele cita que o estudante Gustavo Moraes Teles, que atingiu nota máxima na prova de Matemática e Suas Tecnologias com 958,6 pontos no Enem 2023, já foi medalhista da OBRL e da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas - OBMEP. "Cheguei a dar algumas aulas para ele. É um aluno muito dedicado, e eu acho que parte deles, a partir do momento que eles querem se dedicar, com o que eles querem almejar, eles conseguem, porque eles são diferenciados", afirma.

O aluno Nailton Gama, estudante do 3º Ano de Ensino Médio do Colégio Master, alcançou a segunda medalha de ouro na OBRL, de forma consecutiva. Ele destaca a intertextualidade nas provas de raciocínio lógico. "Eu diria que a Olimpíada de Raciocínio Lógico, especificamente, não está relacionada com a Matemática, está relacionada com a linguística. Ela ajuda a resolver mais rapidamente problemas que possam estar eventualmente em vestibulares ou em outras provas de Olimpíada". 

Ele defende que a participação nessas competições contribui muito para a resolução de problemas do cotidiano. "Eu diria que a resolução de problemas do dia a dia é facilitada quando você tem uma mente mais aberta para identificação de caminhos mais rápidos. A aplicação da lógica no dia a dia é muito comum, é mais comum até do que algumas das específicas. Eu acho que é importante estudar esse tipo de disciplina com uma lógica".

OBRL

A nona edição da Olimpíada Brasileira de Raciocínio Lógico contou com a participação de 132.714 participantes na primeira fase com alunos do Fundamental I e II, Ensino Médio, de 657 escolas municipais, estaduais e particulares e institutos federais, pelo Brasil. 

Na segunda fase, 22.119 alunos e alunas oriundos de escolas públicas municipais, institutos federais, escolas públicas estaduais, colégios de aplicação das universidades públicas e particulares e colégios militares representaram, pela primeira vez na história da OBRL, as cinco regiões do país.

A OBRL está aberta a todas as escolas da rede pública e da rede particular, com um enfoque estritamente pedagógico e cultural.

Edição: Lusiana Freire