Importância do MST é destacada em solenidade na Assembleia Legislativa
Por Davi Holanda15/03/2024 20:23
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A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) celebrou, em sessão solene nesta sexta-feira (15/03), no Plenário 13 de Maio, os 40 anos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). A solenidade atendeu a requerimento do deputado Missias Dias (PT), subscrito pelos deputados De Assis Diniz (PT), Guilherme Sampaio (PT) e Renato Roseno (Psol).
Conforme Missias Dias, mais de 400 mil famílias assentadas participam do grupo que luta por terra, reforma agrária e transformações sociais. Ele destacou que o MST é um movimento social de massas e autônomo, que procura articular e organizar os trabalhadores rurais e a sociedade para conquistar a reforma agrária e um projeto popular para o Brasil.
“Hoje este momento serve para homenagear aqueles e aquelas que construíram a luta pela reforma agrária do estado do Ceará. Vamos homenagear hoje as pessoas que, nos momentos de luta pela terra, estiveram do nosso lado”, pontuou.
Missias Dias destacou ainda que o MST luta por diversas bandeiras, como a alimentação saudável e livre de agrotóxicos, a defesa da democracia, a garantia do alimento aos que mais precisam e o cuidado com a natureza.
“O que o camponês quer para sua família é ter uma terra para produzir, trabalhar e tirar o seu sustento. Infelizmente, o capitalismo não permitiu que os pobres do Brasil tivessem força o suficiente para fazer a reforma agrária. Por isso, lutamos para que a constituição brasileira seja respeitada, garantindo o direito à terra de forma democrática”, considerou.
Durante a solenidade, houve uma apresentação cultural de integrantes do MST. “Lá no fundo somos terra, e para ela voltaremos. Nós temos direito a ela e por ela lutaremos”, recitaram os integrantes do momento.
Ao todo, 19 pessoas foram homenageadas com certificados durante a solenidade. Representando a todos, a secretária de Direitos Humanos do Estado do Ceará, Socorro França, destacou que o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo, onde prevalece a concentração de terra na mão de poucas pessoas.
“Por isso, é tão importante esse ato ser realizado aqui na casa do povo. Esses momentos servem para que a gente lembre que precisamos lutar cada vez mais pela inclusão e pelo direito à terra, pois a Constituição de 88 nos assegura isso. A função da terra é social e o acesso a ela não deve ser restringido”, acentuou.
Dirigente do MST, Kelha Lima, destaca atuação do movimento em defesa da agroecologia e da produção de alimentos saudáveis - Foto: Marcos Moura
Kelha Lima, dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), também foi uma das homenageadas da noite. Ela enfatizou que o MST é um movimento feito por mãos de pessoas simples e trabalhadoras.
“Nossa luta pelo acesso à terra é considerada uma afronta por representantes do agronegócio, que expulsam pessoas do campo, das águas e da floresta em nome do lucro. Nos últimos anos, passamos por momentos difíceis e de muitas perseguições, mas resistimos. Seguimos fazendo agroecologia, produzindo alimentos saudáveis e praticando solidariedade”, pontuou.
Pedro Ferreira de Oliveira Neto, secretário executivo de Fomento Produtivo e Agroecologia da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Agrário (SDA) e representante do Governo do Estado, defendeu a importância da luta pela reforma agrária no Ceará. Ele destacou os esforços que o Governo tem feito para fortalecer a política agrária estadual e reforçou que a reforma tem o intuito principal de acabar com a fome e estabelecer uma vida digna às famílias do campo.
Também compuseram a mesa da solenidade Hidelbrando dos Santos Soares, reitor da Universidade Estadual do Ceará (Uece); Francisco Erivando Santos Soares, superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Ceará; João Alfredo Telles Melo, superintendente do Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace); Samuel de Araújo Marques, defensor público e secretário executivo da Defensoria Pública do Estado do Ceará, representando a defensora pública geral Sâmia Farias; e Valton de Miranda Leitão, psicanalista didata da SPFOR, ensaísta e militante político.
Edição: Clara Guimarães
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