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Exibição de "Green Book - O Guia" encerra Semana da Equidade Racial na Alece

Por ALECE
22/03/2024 14:34 | Atualizado há 4 semanas

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Cine Alece encerrou atividades da Semana da Equidade Racial - Foto: Celso Oliveira

A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) encerrou, nesta sexta-feira (22/03), a Semana da Equidade Racial, com a exibição do filme "Green Book - O Guia", dentro da programação do Cine Alece. O evento foi realizado no auditório João Frederico Ferreira Gomes, no anexo II (Edifício Deputado José Euclides Ferreira Gomes), com a presença de aproximadamente 250 alunos das escolas EEEP Presidente Roosevelt, EEFM José de Alencar, EEEP Jaime Alencar de Oliveira, Escola Vereador Alberto Gomes de Queiroz, de Fortaleza, e programa Primeiro Passo. 

A iniciativa foi uma realização do Comitê de Responsabilidade Social, por meio das Células de Saúde Mental e Práticas Sistêmicas Restaurativas e Fomento à Cidadania e ao Empreendedorismo de Impacto Social.

O filme traz a história de um famoso pianista negro, Don Shirley (Mahershala Ali), nos anos 1960, que contrata o motorista ítalo-americano Tony Lip (Viggo Mortensen) para o conduzir pelo sul dos Estados Unidos, durante um tour de apresentações. No entanto essa viagem não corre muito bem, por questões raciais, mesmo seguindo o guia "Green Book", uma orientação que as pessoas afrodescendentes usavam para viajar reduzindo riscos advindos de discriminações. Nessa viagem, os dois passam a perceber melhor o mundo e as interações sociais da época.

QUESTÕES RACIAIS

Renata Ladeira, que integra a coordenação do comitê, salientou que a película traz um olhar sobre as questões raciais, que devem causar um impacto positivo nos jovens que participaram do evento. "É através do conhecimento, da educação e da cultura que nos tornamos mais conscientes.  Somente falando sobre essa temática, que é uma realidade, poderemos chegar à inclusão de todos, independente de cor ou etnia. E essa inclusão é um dos focos que trabalhamos na Alece", afirmou.

Segundo afirmou Renata Ladeira, os jovens estão cada vez mais conscientes de que todos têm espaço, mesmo com as diferenças. "A equidade racial é formada exatamente por características particulares de indivíduos e grupos raciais. Então essa igualdade abrange uma diversificação. Assim, o conhecimento é fundamental para sermos cidadãos cada vez melhores e contribuirmos de forma que a sociedade seja mais justa e acolhedora, compreendendo o papel de cada um", afirmou.

Estudantes de Fortaleza durante a atividade - Foto: Celso Oliveira

Ela destacou ainda que, por meio da arte, é possível levar informações de forma mais lúdica, contribuindo para uma melhor compreensão sobre as questões da equidade racial. "Os jovens são os futuros empresários e políticos. Com as parcerias entre a Alece e as escolas, estamos contribuindo e dando suporte para que atitudes indesejadas, como bullying, não aconteçam, principalmente por questões raciais ou de qualquer outra natureza", defendeu.

CURADORIA

Caroline de Sousa, integrante da Célula de Fomento à Cidadania e ao Empreendedorismo de Impacto Social, que também participou da curadoria da exibição, salientou que o filme destaca o contraste entre um músico negro bem-sucedido e seu motorista e segurança, branco, ítalo-americano. "Trouxemos esse filme para abordar o racismo estrutural durante os anos 1960 e a construção da amizade desses dois homens. Esperamos trazer a conscientização sobre a igualdade social para todos os jovens", salientou.

A curadora do Cine Alece, psicóloga e integrante da célula de Saúde Mental e Práticas Sistêmicas Restaurativas Carina Diógenes observou que o Cine Alece pretende ser o mais inclusivo possível, trazendo jovens de diversas escolas, inclusive de outros municípios.

Ela salientou que o Cine Alece chegou à 32ª edição, com atividades em que sempre há roda de conversa após o filme. "Os convidados que vieram conversar com os participantes falaram sobre como é essa luta deles dentro das questões raciais em Fortaleza e como também são vistos, por essa abordagem, os cenários nacional e mundial", afirmou.

Michael Rizzi, poeta, palestrante e apresentador, participante da roda de conversa ao lado do produtor cultural e afroempreendedor Alécio Fernandes, conhecido como Pretim Dalest, considerou relevante fomentar discussões que tratem da questão racial. "É importante saber como lidar melhor com as relações raciais em um contexto maior. É preciso orientar e fazer mediações de conflito, para que as pessoas passem a lidar melhor com essas questões", disse.

Cena do filme “Green Book - O Guia” - Foto: Divulgação

O poeta considerou ainda que o racismo é uma situação estrutural, que permeia todas as instituições e ambientes. "Preparar as pessoas, para lidar melhor com esse tipo de situação é o intuito desse momento. Quanto mais pessoas estiverem dispostas a ouvir essa conversa, melhor vai ser o resultado", asseverou.

Michael Rizzi disse ter achado "mais do que necessário" se fazer presente e trazer esse tipo de discussão que é, para ele, a mais urgente na nossa sociedade. "A gente sabe que, enfim, vivemos uma situação tensa não só com os indivíduos pretos, mas com toda a população preta no geral. Agradeço o momento proporcionado através do convite da curadora Caroline de Sousa", afirmou. 

Imagens: Núcleo de Comunicação Interna

Da Redação/Núcleo de Comunicação Interna

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