Renato Roseno critica especulação sobre pacote fiscal e proposta de limitar ajuste do salário mínimo
Por Gleydson Silva04/12/2024 12:30 | Atualizado há 2 semanas
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O deputado Renato Roseno (Psol) criticou, durante o primeiro expediente da sessão plenária presencial e remota da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), nesta quarta-feira (04/12), a especulação que o mercado financeiro faz sobre as ações do Governo Federal e desestabilizando a economia do País, e contestou a proposta de limitar o reajuste do salário mínimo, contida no pacote fiscal apresentado pelo ministro da Economia Fernando Haddad.
Na avaliação do parlamentar, o mercado financeiro pressiona os governos para receber o que querem, ao mesmo tempo que avalia mal esses governos para ganhar mais sobre o cenário econômico. “O mercado financeiro não tem limites. Ele não está preocupado com a folha de pagamento do SUS ou da Polícia Militar, da educação, se a estrada vai ter buracos, ou se vai alavancar setores importantes. O mercado financeiro não produz um emprego. Ele especula porque pega dinheiro e gera dinheiro, sem passar pelo circuito produtivo real da economia real”, constatou.
Para ele, quem se beneficia com as especulações são os super-ricos, que cobram do Estado cortes de gastos e ajuste fiscal, mas que são, muitos deles, beneficiados por isenções fiscais que chegam a R$ 546 bilhões.
Renato Roseno observou também que essa movimentação acaba interferindo em medidas que deveriam ser boas para a maioria da população, como o ajuste do salário mínimo, que pode ser limitado, conforme o pacote de ajuste fiscal apresentado por Haddad. “A revisão a menos do salário mínimo, a diminuição das possibilidades de acessar o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e a redução do abono salarial são medidas contra os mais pobres”, disse.
De acordo com Roseno, o pacote é “contraditório”, pois “o que ele tem de mais positivo” o Congresso vai tardar a votar, que é a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. “Não por ação do Governo, mas pela influência do agronegócio e do mercado financeiro”, enfatizou.
“Não tem adiantado fazer concessões a essa banda do mercado, pois, se ela puder, ela vai esmagar o Governo. Na semana seguinte a entrega de quase tudo que o mercado queria o mercado vai lá e diz que avalia mal o Governo. É um setor antissocialidade, antipovo. Esse é o setor do mercado financeiro aliado ao grande agronegócio. Eles querem voltar a patamares do século XIX, quando havia escravidão”, pontuou o parlamentar.
O deputado comentou ainda os casos de violência policial no Estado de São Paulo, que ganharam o noticiário nacional nos últimos dias e falou da responsabilização do governador nas ações dos agentes públicos. Na avaliação do deputado, Tarcísio de Freitas deu, “reiterada vezes, estímulos ao descumprimento da lei”.
“Quando o comandante e chefe da força pública, em uma determinada operação, vai a público, menosprezando as denúncias de arbítrio, violência, de execução, faz deboche quando foram feitas as denúncias, isso também é uma forma de autorizar a violência”, observou Roseno.
O comportamento violento de policiais, para o parlamentar, tem estímulo na impunidade, na falta de formação, na falta de cuidado com saúde mental e no desmonte do programa de câmeras corporais de agentes da Polícia.
Edição: Lusiana Freire
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