Especialistas ressaltam a importância da conscientização sobre a síndrome de Down
Por Juliana Melo28/03/2025 17:00 | Atualizado há 1 mês
Compartilhe esta notícia:

O Centro Inclusivo para Atendimento e Desenvolvimento Infantil (Ciadi) da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) recebeu profissionais e representantes de associações de pais e de pessoas com síndrome de Down para participar de uma roda de conversa com o tema ‘O Desenvolvimento e Aprendizagem em Pessoas com Trissomia do Cromossomo 21’, realizada nesta sexta-feira (28/03). A atividade faz parte das ações realizadas pelo Ciadi em alusão ao Dia Internacional da Trissomia 21, comemorado em 21 de março.
Segundo a mediadora, psicopedagoga e terapeuta do Ciadi, Luciana Bem, o objetivo principal foi falar sobre o processo de aprendizagem e trocar experiências com mães que acompanham o desenvolvimento de seus filhos com a trissomia.
%20.jpg)
Luciana Bem falou sobre importância da inclusão - Foto: Érika Fonseca / Alece
“O processo de aprendizagem é peculiar para cada pessoa, independente se ela tem trissomia do cromossomo 21 ou não. Cada pessoa tem suas habilidades e também tem suas dificuldades. O que vale a gente ressaltar é que, com um processo terapêutico adequado, com adaptações pedagógicas direcionadas a cada situação e com acompanhamento sistematizado, há uma grande possibilidade de desenvolvimento e de funcionalidade desse sujeito e de inserção na sociedade. O que falta é justamente isso, informação e compreensão", avaliou.
Luciana Bem frisou ainda ser possível encontrar pessoas com síndrome de Down trabalhando no comércio, em secretariado e em escolas, por exemplo, inclusive que já tiraram carteira de habilitação e são universitários. “A gente vê que, quando há um processo terapêutico e adaptações pedagógicas e quando a família acompanha, há um desenvolvimento sistematizado dos sujeitos. Porém, a sociedade precisa compreender que inserir é aceitar”, comentou.
A médica pediatra e homeopata Leila Verônica Albuquerque falou sobre os aspectos biológicos e fisiológicos do desenvolvimento da pessoa com a trissomia. Ela destaca que o preconceito, muitas vezes, é resultado da desinformação. “Nós estamos aqui para esclarecer, mostrando que a síndrome de Down não é uma doença, não é uma deficiência, é sim uma condição genética. Eles são capazes de aprender, de compreender, de ter uma vida feliz e independente”, pontuou.
%20.jpg)
Alice Peres compartilhou a experiência de vida dela com os participantes da roda de conversa - Foto: Érika Fonseca / Alece
É isso que mostra Alice Peres, de 19 anos, uma jovem com trissomia do cromossomo 21. Ela foi mestre de cerimônia e cantou uma música na abertura do evento. Com apoio da família e com estímulos na aprendizagem, a adolescente demonstrou que a inclusão pode abrir muitas possibilidades. “Gosto de cantar, dançar e fazer teatro. Eu fazia jazz, sapateado, aula de piano. Quando eu tô no palco, às vezes eu fico um pouquinho nervosa, mas normal”, contou.
A mãe de Alice, Alessandra Costa, é vice-presidente da Associação Fortaleza Down, que atua há 12 anos e atende mais de 900 famílias. Ele explicou que é muito importante participar do evento “porque a gente traz informação, conhecimento e visibilidade para a causa”.
Alessandra Costa destacou também que a inclusão deve ter o olhar de acolhimento com as mães, além de oportunizar o atendimento médico adequado para pessoas com síndrome de Down.
“A sociedade ainda não tem uma inclusão ideal, mas a gente vem quebrando muitas barreiras. Elas são capazes de fazer tudo. Basta que sejam oportunizadas e amadas. Eu vejo evolução, principalmente, na parte de inclusão educacional. Quando a Alice começou a estudar, não existia legislação [sobre o assunto]. Hoje, existe uma lei que obriga a receber os alunos na escola. A gente vê muitos avanços em relação a isso. Há empresas realmente contratando. A própria Alece tem dois funcionários com síndrome de Down”, afirmou.
%20.jpg)
Representantes de diversas entidades acompanharam a atividade - Foto: Érika Fonseca / Alece
Também participaram da roda de conversa a psicóloga do Ciadi Rebeca Ully da Silveira; a terapeuta ocupacional Karoline Brandão Alves; a presidente da Associação Fortaleza Down, Shirley Chaves.
Participaram ainda a representante da presidência da Alece, Ana Alice Falcão; a pedagoga e orientadora da Célula da síndrome de Down do Ciadi, Nádia Rocha; o musicoterapeuta, Rodrigo Félix.
Estiveram ainda presentes representantes da Associação ProDown, da Associação Queira Bem, da Associação Maria da Hora, entre outras entidades, além de representantes da Célula de Análise Clínicas da Alece e de profissionais da saúde que atendem no Centro Inclusivo para Atendimento e Desenvolvimento Infantil (Ciadi) da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece).
Edição: Geimison Maia
Veja também

Solenidade na Alece exalta atuação do Centec no Ceará ao longo dos 26 anos de existência
Autor: Guilherme de Andrade