Roda de conversa na Alece orienta sobre relações tóxicas e abusivas
Por Júlio Sonsol- Comunicação Interna30/06/2025 17:04 | Atualizado há 4 horas
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A importância de identificar os sinais das relações tóxicas e abusivas foi ponto central da roda de conversa promovida nesta segunda-feira (30/06) pela Célula de Saúde Mental e Práticas Sistêmicas do Comitê de Responsabilidade Social da Alece.
Samya Antero, responsável pela célula, destacou que há um crescimento de relacionamentos tóxicos e abusivos em nossa sociedade. Dessa forma, a atividade “O lado sombrio do amor: identificando relações tóxicas e abusivas”, realizada no auditório do complexo de comissões permanentes, buscou fomentar a discussão sobre o assunto.
Além de Samya Antero, que é psicóloga e terapeuta de casais, participaram da roda de conversa as psicólogas Isabel Martins, Isabel Teixeira e Nara Guimarães, da célula, Izabele Ingrid Mourão, psicóloga da Procuradoria Especial da Mulher da Câmara Municipal de Fortaleza e Cícero Reis, representando a deputada Juliana Lucena, titular da Procuradoria Especial da Mulher (PEM) da Alece.
Lisa Tavares, psicóloga da PEM, que é cantora e compositora, iniciou a atividade interpretando as músicas "Canto Sol", "Gata Magia" e "Só", de sua autoria, que abordam relacionamentos abusivos através do prisma feminino.
Foto: Pedro Albuquerque
Atenção ao sinais
Segundo Samya Antero,as pessoas precisam entender mais sobre o assunto para identificar se estão vivendo um relacionamento tóxico ou abusivo e conhecer as ferramentas para sair desses relacionamentos. Ela destaca que muitas vezes, as atitudes tóxicas se mascaram como cuidado.
A psicóloga assinalou ainda que a transformação é uma decisão pessoal e, por mais que se esclareça através do diálogo, não é possível transformar o outro, por isso, a pessoa "precisa se posicionar, se empoderar, tomar conta da sua própria vida. Dar limites é a primeira forma de autocuidado, de auto amor. A pessoa precisa dar limites", avisou.
A psicóloga Isabel Martins lembrou que pode haver toxicidade em todas esferas relacionais, desde mães, pais, filho, irmãos, patrão e empregados. No entanto, os casais são os mais preocupantes, indicou, lembrando ainda que é fácil se enganar com determinados procedimentos do outro.
"Se a pessoa começa a me diminuir com críticas, proibições, ciúme ou desvalorizando minhas ideias e opiniões, vou ficando mirrada dentro dessa relação. Então, fique atenta porque esse é sinal de um relacionamento tóxico", disse. Ampliar o apoio social, por meio da família, amigos ou instituições religiosas, é importante após a decisão de romper a relação, avaliou.
Buscar ajuda
Nara Guimarães, terapeuta familiar e psicóloga da Célula de Saúde Mental e Práticas Sistêmicas, considerou que a roda de conversa tem por princípio alertar as pessoas que podem estar passando por situações difíceis para que busquem ajuda.
"As pessoas que já têm a consciência de que estão sendo parte de uma relação tóxica muitas vezes mantém caso velado. Não falam sobre isso, têm vergonha. O parceiro abusivo pode estar dissimulando o seu comportamento. Mas depois de perceberem e as questões ficarem claras, as pessoas devem buscar ajuda", explicou
Para ela, é muito difícil fazer um relacionamento abusivo se transformar em saudável. "Muitas vezes há questões lá de trás, da vida pessoal, antecedentes familiares e traumas". Portanto, conforme explicou, é aconselhável que a pessoa se afaste para que o caso não evolua e se transforme em algo mais grave como um feminicídio.
Autoconhecimento
A psicóloga Isabel Teixeira explicou que o autoconhecimento e o desenvolvimento de hábitos saudáveis são “estratégia valiosas”. Nesse contexto, buscar hobbies, atividades prazerosas e crescimento pessoal são caminhos importantes para a superação.
"Além do rompimento de uma relação abusiva, o autoconhecimento deve ser priorizado. Isso envolve a compreensão de seus limites pessoais, o que você aceita e o que não aceita em um relacionamento. Esses limites, embora invisíveis, são essenciais", completou.
Edição: Samaisa dos Anjos
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