Internautas defendem conciliação entre pesca artesanal e industrial

A maioria dos internautas que participou da enquete da semana (11 a 18/06) do portal da Assembleia Legislativa acredita no convívio sustentável e pacífico entre pesca industrial e a artesanal. Perguntados sobre a possibilidade de conciliar os interesses das duas modalidades da atividade, 52,9% votaram na opção que propõe regulamentar áreas específicas para cada uma das práticas.  

Outra solução, na visão de 37,3% dos internautas, seria priorizar a pesca artesanal, responsável por 70% da produção do pescado brasileiro. Contrários a essas ideias, 9,8% entendem que a industrialização da pesca é necessária para atender a demanda da população.

O presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional, Recursos Hídricos, Minas e Pesca da Assembleia Legislativa, deputado Dedé Teixeira (PT), disse estar preocupado com os conflitos entre os pescadores das duas modalidades no litoral do município de Icapuí. O petista leva o tema a tribuna do Legislativo estadual com frequência.

Dedé Teixeira alerta para os prejuízos ambientais da pesca industrial, que utiliza a marambaia. Por outro lado, pondera que a pesca artesanal não tem se mostrado viável economicamente. Diante desse impasse, o parlamentar defende estudos para encontrar um “novo modelo de pesca da lagosta”.

O vice-presidente da Comissão, deputado Roberto Mesquita (PV), pensa de forma parecida. Ele admite a utilização de “modernas tecnologias”, desde que não agridam o meio ambiente. Para ele, é necessário encontrar um modelo de pesca em larga escala, que seja também sustentável.

O pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Eduardo do Prado Brasil, defende a priorização do modelo artesanal de pesca no litoral das pequenas comunidades pesqueiras. Em um estudo antropológico intitulado “Identidades e conflitos nas técnicas de pesca da Lagosta em Icapuí”, Prado Brasil prega a afirmação dos modelos de natureza baseados nos conhecimentos locais dentro dos processos globais de produção.
DA/AT