Neurologista João José de Carvalho alerta sobre as dores de cabeça
Por Ricardo Garcia12/06/2023 10:40 | Atualizado há 1 ano
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O médico neurologista João José de Carvalho foi o convidado do Conexão Assembleia, programa multiplataforma da rádio FM Assembleia (96,7MHz), desta segunda-feira (12/06).
Na entrevista à jornalista Kézya Diniz, ele falou sobre diagnóstico e tratamento de diversas doenças e condições cerebrovasculares. Comentou também como se manifestam as dores de cabeça e de que forma elas atuam como alarmes para algumas doenças. Segundo ele, a dor de cabeça é o segundo maior agravo de saúde da humanidade, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
“É o sintoma mais comum do ser humano, sendo algo que 95% das pessoas já sentiram ou vão sentir em algum momento da vida. É um sintoma que acomete praticamente todas as pessoas, mas para um grupo especial, a dor de cabeça pode ter um impacto muito potente”, apontou.
Segundo o neurologista, a dor de cabeça pode se manifestar de forma primária, quando ela é a própria doença, como no caso da enxaqueca, ou de forma secundária, como um sintoma de alguma outra doença.
“Quando você tem uma dor de cabeça abrupta e súbita, que começa depois dos 50 anos, que piora quando você deita ou levanta, que é acompanhada por febre ou algum sintoma neurológico, quando você tem outras doenças ativas naquele momento, dentre outras situações, é um caso de urgência e você deve procurar uma emergência para ser atendido e diagnosticado”, informou. Conforme o médico, casos assim são raros, sendo mais comum que a dor de cabeça não seja sintoma de uma doença grave.
De acordo com o médico João José de Carvalho, um dos tipos mais comuns e frequentes de dor de cabeça é a enxaqueca, com um impacto negativo muito grande na vida das pessoas. “Uma pessoa com enxaqueca falta, em média, de oito a dez dias de trabalho por ano, mesmo que ela não falte presencialmente, pois ela vai, mas não produz”, relatou.
A enxaqueca, ainda segundo o médico, é uma doença biológica, genética e hereditária que, periodicamente, ativa várias áreas cerebrais que são responsáveis por vários sintomas, inclusive a dor. “A enxaqueca pode se apresentar de 126 maneiras diferentes. Geralmente, ela se caracteriza por ser leve, unilateral, ou seja, somente de um lado da cabeça, e latejar. Se você tiver dois desses fatores você tem uma enxaqueca”, explicou.
Para João José de Carvalho, o tratamento da enxaqueca consiste em tentar bloquear as crises pelo maior tempo possível, na expectativa de promover uma reprogramação do cérebro. “Se eu conseguir reduzir as crises para menos de três dias ao mês durante um ano e meio, eu posso tirar os remédios e avaliar se o cérebro já se reprogramou, para poder dar alta ao paciente. Na maioria das vezes isso é possível”, pontuou.
Os riscos da automedicação em casos de dor de cabeça também foram alertados pelo médico. “Na dor de cabeça, o abuso de analgésicos é muito danoso, porque ao contrário de outras doenças dolorosas, em que o uso de analgésicos melhora os sintomas, na enxaqueca, o abuso piora a doença e a torna cada vez mais frequente”, assinalou.
O neurologista também falou sobre a prevenção ao acidente vascular cerebral (AVC). “A dor de cabeça não é um sintoma clássico do AVC, ao contrário de outros, como perda de força por sensibilidade em um dos lados do corpo, dificuldade para compreender ou falar, perda visual em um dos olhos, tontura ou vertigem, que são mais comuns. Em resumo, o AVC é uma doença prevenível, que depende de alguns fatores de risco, como pressão alta, obesidade, sedentarismo, alimentação inadequada, colesterol alto, depressão, arritmia cardíaca, dentre outros”, enumerou. Segundo ele, se a pessoa estiver alerta a esses fatores de risco, as chances de AVC são bem pequenas.
Conexão Assembleia é apresentado pela jornalista Kézya Diniz e veiculado às segundas-feiras a partir das 8h, na rádio FM Assembleia (96,7MHz), no YouTube e no Facebook da Casa. Na TV Assembleia, vai ao ar às 20h30. Também é disponibilizado no podcast da rádio FM Assembleia e em diversas plataformas, como Spotify, Deezer, Apple Podcasts e Google Podcasts.
Edição: Adriana Thomasi
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