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Conexão Alece aborda a importância dos cuidados preventivos para a saúde da mulher

Por Narla Lopes
24/03/2025 10:33 | Atualizado há 1 mês

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- Foto: Bia Medeiros

Dando continuidade à edição especial do mês da mulher, o programa Conexão Alece, da FM Assembleia (96,7 MHz), abordou, nesta segunda-feira (24/03), temas relacionados à saúde feminina. A médica ginecologista Veruska Mendonça foi a entrevistada e destacou a importância dos cuidados preventivos, além da evolução dos tratamentos para melhorar a qualidade de vida das mulheres.

Segundo a especialista, os avanços na medicina possibilitaram um aumento significativo na expectativa de vida do público feminino, que hoje pode alcançar os 90 anos ou mais. "Por isso, é fundamental adotar um olhar diferenciado para essa fase da vida. Antigamente, a menopausa era vista como um marco do envelhecimento, por volta dos 50 anos. Hoje, vivemos muito mais, e a prevenção anual é indispensável. Esse acompanhamento permite uma avaliação completa da paciente, incluindo exames para detectar câncer de colo do útero e de mama, além do monitoramento da tireoide, dos hormônios, das vacinas e um check-up geral", explicou Veruska Mendonça.

A médica ressaltou a importância da primeira consulta ginecológica para as adolescentes. "Não há uma idade fixa, mas, se até a menstruação o desenvolvimento dos pelos e das mamas ocorreu dentro do esperado, a primeira visita ao ginecologista deve acontecer logo após a menarca", explicou.

Esse acompanhamento, destacou, é fundamental para que as jovens recebam as orientações necessárias, compreendam eventuais irregularidades menstruais, saibam diferenciar secreções normais das alteradas e entendam como lidar com as cólicas. "Além disso, estabelecer esse vínculo com o profissional facilita futuras conversas sobre sua saúde íntima, criando um espaço de confiança para quando precisar", completou.

MENOPAUSA E TRANSIÇÃO HORMONAL

A médica também esclareceu dúvidas sobre a menopausa precoce, um tema que preocupa muitas mulheres. Ela explicou que a transição menopausal ocorre entre os 40 e 65 anos e que a menopausa só é considerada precoce quando acontece antes dos 40 anos. Já entre os 40 e 49 anos, trata-se de um processo natural. A pós-menopausa é caracterizada quando a mulher passa um ano inteiro sem menstruar.

"O último dia da menstruação marca oficialmente a menopausa", ressaltou a ginecologista, destacando ainda que a idade da primeira menstruação pode influenciar o momento da menopausa. "Normalmente, ocorre entre 33 e 40 anos após a primeira menstruação. Quanto antes a mulher menstruar, mais cedo ela entrará na menopausa", explicou.

Ela também explicou que os sintomas variam entre as mulheres. “Apenas um terço apresenta os sintomas clássicos, como ondas de calor e suores noturnos. Outras podem enfrentar insônia, queda de cabelo, unhas quebradiças, irritabilidade, ansiedade e até sintomas depressivos”, detalhou a ginecologista.

Além disso, Veruska alertou para os casos assintomáticos, em que as mudanças no corpo podem passar despercebidas. "Algumas mulheres não sentem nada, mas podem ter perda óssea, redução da massa muscular e até prejuízos cardiovasculares, como a perda da elasticidade da membrana do coração", destacou.

REPOSIÇÃO HORMONAL E QUALIDADE DE VIDA

Sobre os avanços na reposição hormonal, a especialista destacou os hormônios bioidênticos, que são semelhantes aos produzidos naturalmente pelo corpo. “Isso foi um grande avanço e transformou a perspectiva sobre a reposição hormonal”, afirmou.

Ela explicou ainda que, em alguns casos, a mulher pode não precisar de todos os hormônios, apenas da progesterona, que pode ser administrada via oral, para ajudar a melhorar o sono. O estradiol pode ser aplicado em gel, adesivo ou implante subdérmico, o que ajuda a evitar riscos de trombose. Já a testosterona pode ser manipulada em gel, garantindo doses mais seguras.

EXERCÍCIO FÍSICO E SUPLEMENTAÇÃO

Veruska reforçou a importância da atividade física, especialmente a musculação, para preservar a massa muscular e prevenir doenças metabólicas. "Nesse período, perdemos muita massa muscular. O treinamento de força também ajuda a regular a insulina e fortalece os ossos", explicou.

Além disso, a ginecologista ressaltou que a menopausa pode causar incontinência urinária, devido ao enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico. Por isso, é essencial realizar os exercícios físicos corretamente, para evitar danos a essa região. Ela também sugeriu que, caso esses problemas surjam, especialmente devido às mudanças hormonais da menopausa, a fisioterapia pélvica pode ser uma excelente opção de tratamento.

Quanto aos suplementos, a ginecologista indicou nutrientes essenciais para essa fase da vida. "A melatonina melhora o sono, a vitamina D protege os ossos, a coenzima Q10 é um antioxidante potente, o ômega 3 fortalece o coração e o colágeno ajuda na saúde da pele e articulações", afirmou. Ela também mencionou a creatina e o magnésio como aliados na preservação da massa muscular e na saúde cerebral.

Veruska finalizou destacando a importância do autocuidado. "Muitas mulheres lembram de marcar consultas para os filhos e o marido, mas esquecem de si mesmas. Priorizar o autocuidado é fundamental para uma vida longa e saudável", concluiu.

O Conexão Alece vai ao ar às segundas-feiras, na Alece FM e no YouTube, a partir das 8h, com reprises na Alece TV, às 20h30. O programa também fica disponível em formato de podcast nas plataformas de áudio SpotifyDeezerApple Podcast. Acompanhe também no Alece Play.

Assista ao programa na íntegra:

 

Edição: Lusiana Freire


 

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