Assembleia Legislativa promove debate sobre conservação do "peixe das nuvens"
Por Waldyh Ramos05/05/2023 14:00 | Atualizado há 1 semana
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A Comissão do Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido (CMADS) da Assembleia Legislativa do Estado Ceará realiza, nesta segunda-feira (08/05), às 14h, no Complexo de Comissões Técnicas da Casa, audiência pública para discutir o estado de conservação da espécie Hypsolebias longignatus, conhecida popularmente como “peixe das nuvens”.
De acordo com o deputado Renato Roseno (Psol), a espécie conhecida como peixe das nuvens pertence à família dos rivulídeos e é encontrada em ambientes aquáticos sazonais – formados durante o período chuvoso – podendo permanecer em ambientes secos por um determinado período, quando seus ovos ficam depositados no substrato, sobrevivendo até o período chuvoso seguinte.
O parlamentar acrescenta que a espécie compõe um dos grupos mais diversos nos sistemas aquáticos do bioma caatinga e, entre os peixes de água doce, é considerado o mais bem adaptado ao regime hidrológico extremo de regiões semiáridas, que por sua vez, em decorrência do regime hidrológico particular, é uma região historicamente negligenciada do ponto de vista dos estudos para água doce e levantamentos de peixes.
De acordo com estudiosos, o Hypsolebias longignatus é conhecido apenas em sua localidade - no município de Aquiraz, no Ceará - não tendo sido encontrado em outros locais. O deputado acrescenta ainda que a espécie foi descrita apenas no ano de 2008 em uma lagoa temporária na drenagem da bacia do rio Pacoti, no Ceará, quando até então não se conhecia a sua existência na natureza. A descoberta se deu após a publicação do Decreto nº 25.778, ocorrida em 15 de janeiro de 2000, que criou a Unidade de Conservação de Uso Sustentável da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Pacoti.
“A espécie vem sendo alvo de ameaças de perda de seu habitat, devido a propostas de implementação de construções no local, além de ter sofrido com o desmonte de parte de sua área de ocorrência devido ao uso de maquinário pesado destinando ao aterramento de poças temporárias, onde vive o animal. O debate, portanto, é necessário diante dos potenciais impactos ambientais e urbanos que essas obras poderão proporcionar”, informa Renato Roseno.
Foram convidados para o debate a Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Ceará (Sema), Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPCE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Pró-Silvestre, Secretaria do Meio Ambiente de Aquiraz e o vereador de Fortaleza Gabriel Aguiar (Psol), entre outros.
Edição: Clara Guimarães
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