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Renato Roseno afirma que derrubada de decreto do IOF é derrota para a sociedade

Por Lincoln Vieira
08/07/2025 11:36 | Atualizado há 3 dias

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Renato Roseno (Psol) - Foto: Júnior Pio

O deputado Renato Roseno (Psol) discordou, no primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), nesta terça-feira (08/07), da anulação do decreto presidencial que aumentava alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), votado no dia 25 de junho no Congresso Nacional.

A proposta (PDL 214/2025tinha como objetivo, segundo o Governo Federal, reduzir os cortes no Orçamento deste ano no valor de R$ 30 bilhões. Para o deputado Renato Roseno (Psol), o Congresso Nacional não derrotou o Governo Lula, mas a sociedade brasileira. 

“O mesmo Congresso, formado pelo agronegócio, deputados das bets e do mercado financeiro, não faz tramitar o projeto que isenta o trabalhador do Imposto de Renda de quem ganha até cinco mil reais, mas é o mesmo que, de maneira ultrarrápida, derrubou o decreto que taxava os super-ricos”, protestou.

O parlamentar explicou que o decreto aprovava propostas como a compra de moeda estrangeira em espécie e o envio para conta própria no exterior, além de gastos com cartão internacional de crédito e débito. “É uma parcela mínima de 0,01% de pessoas que executam essas transações. E, apesar de serem 120 mil famílias com estoque acima de 150 milhões de reais, eles se recusam a contribuir para a justiça tributária”, lamentou. 

Renato Roseno defendeu o avanço do plebiscito de iniciativa de movimentos sociais iniciados, no início deste mês, para discutir, até o dia 7 de setembro, a taxação dos super-ricos e a escala 6x1. “A imensa maioria da população brasileira é a favor da taxação dos super-ricos e do fim da escala 6x1 para ampliar o tempo com suas famílias, e dedicar tempo aos estudos, ao lazer e ainda permitir que outros ramos cresçam, como a cultura, o entretenimento e as artes”, ressaltou. 

O deputado salientou que a população precisa ser conscientizada de “mensagens” do mercado à população. Para ele, a polarização não é política, mas luta de classe. “O mercado deu mensagens do que quer, que é reduzir investimentos em saúde, educação, quer congelar o salário mínimo para não crescer acima da inflação por alguns anos e manter a taxa de juros muito alta, essa é a receita do mercado”, alertou. 

Roseno advertiu ainda que a sociedade precisa entrar no debate econômico para reavaliar seu futuro. “O mercado está todos os dias usando redes de TV para manter a concentração de riqueza, por isso, nós temos que entrar na disputa, da consciência média da sociedade sobre o que ela quer ser, nós queremos desonerar a classe média e o mais pobre”, ressaltou. 

O parlamentar abordou ainda temas como desoneração fiscal no Brasil e a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump que ameaçou impor tarifa de 10% a países que se alinhem às políticas dos Brics, composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia. 

Edição: Vandecy Dourado

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