Profissionais defendem a presença de fisioterapeutas em CTIs e UTIs
Por Ariadne Sousa14/09/2023 17:05 | Atualizado há 1 ano
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A atuação de profissionais fisioterapeutas nos Centros de Terapia Intensiva (CTIs) e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) adultos, pediátricos e neonatais foi defendida durante audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), por meio da Comissão de Previdência Social e Saúde (CPSS), na tarde desta quinta-feira (14/09).
A discussão atendeu a requerimento do deputado Marcos Sobreira (PDT), que também é autor do projeto de indicação de nº 35/2022, aprovado pelo Plenário da Casa em abril, que obriga a presença de no mínimo um fisioterapeuta para cada dez leitos nas unidades ou centros de terapia intensiva, nos turnos matutino, vespertino e noturno, perfazendo um total de 24 horas por dia durante sete dias da semana.
O parlamentar explicou que o encontro se destina a dialogar sobre a importância da efetivação da matéria, que depende do acolhimento do Executivo estadual. “É um momento para a gente unificar, escutar os profissionais da fisioterapia, os sindicatos, o conselho, as secretarias de saúde, para a gente fazer uma pactuação e unir forças para fortalecer a fisioterapia e o atendimento aos pacientes do estado do Ceará”, declarou.
Entre os encaminhamentos da audiência estão a viabilização de um pacto com a Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) para a promoção, em 60 dias, de um estudo de impactos financeiros e o envio de ofício, em nome da CPSS, ao Senado Federal, a seu presidente, deputado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e aos senadores cearenses Augusta Brito (PT-CE), Cid Gomes (PDT-CE) e Eduardo Girão (Novo-CE), para que o projeto de lei (PL) de nº 1985/2019, que se encontra em tramitação na Casa, possa ser pautado para votação.
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Foto: Dário Gabriel
AS DISCUSSÕES
Para o presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 6ª Região (Crefito-6), Jacques Eanes Esmeraldo Melo, a demanda vai além da defesa do trabalho dos profissionais, pois a sua presença nas UTIs e CTIs gera resultados concretos na saúde dos pacientes. “O fisioterapeuta é de extrema importância para o tratamento e para a alta do paciente, então a sociedade do Ceará tem o direito de ter acesso a esses benefícios”, afirmou.
Na avaliação da coordenadora do Hospital Albert Sabin, Érica Maria de Noronha Viana, é necessário que haja o entendimento de que a defesa pela manutenção dos profissionais durante 24h não é restrita à classe trabalhadora, mas é uma luta pelos pacientes e familiares, e que, além disso, gera ainda uma economia de recursos públicos. “Enquanto uma pessoa está internada, existe um familiar dela que deixa de trabalhar e deixa de produzir”, comentou.
Representando a Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva Regional Ceará (Assobrafir-CE) e o Instituto Dr. José Frota (IJF), a fisioterapeuta Lenise Castelo Branco Camurça Fernandes informou que o hospital demorou 10 anos para conseguir implantar o serviço fisioterapêutico durante a noite e que, para ampliar o atendimento para 24h, a instituição precisou apresentar indicadores demonstrando os benefícios da assistência.
Dentre os dados apresentados pela profissional estão a queda do tempo médio em que os pacientes permaneceram em ventilação mecânica (VM), que foi de 16 dias para 12 dias após a presença dos fisioterapeutas no plantão noturno, assim como a taxa de internos com VM prolongada, que baixou de 23,56% para 14,95%.
De acordo com a representante da Sesa, Reijane Bezerra de Pinho Lemos de Aguiar, os resultados das experiências promovidas em diferentes estados e instituições públicas e privadas deixam claro os efeitos positivos da permanência dos fisioterapeutas nas unidades de saúde. “A gente apela para a sensibilidade do governador Elmano, porque saúde não gera despesa, é um investimento que vai diminuir o tempo de internação e, principalmente, vai devolver esse paciente curado ou parcialmente reabilitado à sociedade”, apontou.
Falando em nome do secretário da Saúde de Fortaleza, Galeno Taumaturgo, a diretora executiva do Hospital da Mulher, Margarida Saraiva, esclareceu que todas as UTIs do município já contam com fisioterapeutas em todos os plantões. A diretora ressaltou também a importância das equipes multiprofissionais nos estabelecimentos de saúde, algo que, segundo ela, foi evidenciado durante o período da pandemia de Covid-19.
A discussão contou também com a participação do vereador da Câmara Municipal de Fortaleza e fisioterapeuta Francisco Enilson de Sousa Soares (Cidadania); do fisioterapeuta e professor Rogleson Albuquerque Brito; do coordenador de Fisioterapia do Hospital Regional do Sertão Central e conselheiro do Crefito-6, José Décio Fernandes Araújo; do fisioterapeuta especialista Cardiorrespiratória e conselheiro do Crefito-6 Thiago Brasileiro de Vasconcelos e do orientador da Célula de Fisioterapia da Alece, Márcio Adriano Alves.
Edição: Clara Guimarães
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