Notícias

Comissão de Direitos Humanos debate tratamento da anemia falciforme

Por Lincoln Vieira
20/06/2024 10:57 | Atualizado há 10 meses

Compartilhe esta notícia:

- Foto: Divulgação

A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), por meio da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania (CDHC) debate, na sexta-feira (21/06), a partir das 14h, o tratamento da anemia falciforme. A audiência pública, que acontece no Complexo de Comissões Técnicas da Casa, atende requerimento do deputado Renato Roseno (Psol). 

O parlamentar observa que a saúde da população afrodescendente, é alvo de desigualdades sociais na geração de empregos, moradia, saneamento básico em mais de 80% dos países da América Latina, conforme relatório divulgado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). “O resultado é um alerta para a presença de um suposto racismo institucional na elaboração de políticas públicas na melhoria dos indicadores”, observa. 

Renato Roseno ressalta que a anemia falciforme acomete de 2% a 6% dos brasileiros em geral, entretanto, com prevalência de 6% a 10% na população negra, de acordo com dados do Ministério da Saúde de 2023. “Desta forma, acolho a solicitação de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e em atenção a emergência da questão, que envolve a saúde e a ausência de direitos é urgente a necessidade da discussão do tema”, defende. 

A fala da diretora da Opas, Carissa Ethiene também foi lembrada pelo deputado. Conforme ela, a anemia falciforme é negligenciada constantemente. A enfermidade, segundo salientou, é uma doença com tratamentos antigos. Não usufrui de células-tronco com clareza e não conta com profundas análises acadêmicas. “As pesquisas no campo da hematologia não trazem o componente racial como elemento importante. Quando falamos de agravos de saúde na população negra, elas tem a ver com o racismo e com componentes genéticos que, se estudados e trabalhados, podem aliviar muito essas outras dimensões”, ressalta Carissa. 

Edição: Adriana Thomasi

Veja também