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Alece homenageia catadores e catadoras e ouve suas demandas no Mês do Meio Ambiente

Por Pedro Emmanuel Goes
21/06/2023 14:42 | Atualizado há 1 ano

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- Foto: Bia Medeiros

O Comitê de Responsabilidade Social da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), por meio da Célula de Sustentabilidade e Gestão Ambiental, em alusão ao Mês do Meio Ambiente, realizou, na manhã desta quarta-feira (21/06), homenagem às associações de catadores de material reciclável de Fortaleza e outros municípios cearenses.

Ao todo, 25 catadores e catadoras pioneiros dentro dos grupos dos quais participam receberam certificados em reconhecimento ao trabalho realizado. Além do reconhecimento ao trabalho da categoria, a homenagem também faz alusão ao Dia Nacional dos Catadores, celebrado em 7 de junho.

Os catadores desempenham um papel de grande importância na construção de uma sociedade mais sustentável, uma vez que o trabalho contribui para a preservação do meio ambiente, redução dos resíduos sólidos e a promoção da reciclagem. 

Para a primeira-dama da Alece e idealizadora do Comitê de Responsabilidade Social, Cristiane Leitão, o trabalho dos catadores é parte fundamental de uma cadeia que “ressignifica aquilo que é jogado fora e o transforma para ser consumido novamente”. “É um papel de extrema importância na cadeia de preservação ambiental”, disse.

Cristiane Leitão também reforçou o papel social das atividades, de onde provém o sustento de muitas famílias. Segundo ela, o Comitê de Responsabilidade Social deve, em breve, lançar uma série de capacitações destinadas à categoria, assim como lançar serviços de saúde nas associações que atendam os catadores e seus dependentes. 

 

DEMANDAS

Erivaldo Gomes, fundador da Associação de Agentes do Meio Ambiente de Pacatuba, apresenta propostas dos catadores - Foto: Bia Medeiros

Durante a celebração, os catadores tiveram oportunidade de se manifestar e pontuar suas demandas. Entre elas está o cumprimento da Lei do Marco Regulatório do Saneamento Básico, assim como o fornecimento de serviços de saúde para os catadores. “Nós somos profissionais, prolongamos a vida útil dos aterros sanitários, geramos milhões de reais com reciclagem, e não somos reconhecidos por isso”, afirmou Erivaldo Gomes, membro fundador da Associação de Agentes do Meio Ambiente de Pacatuba. Ele ressaltou ainda a necessidade de políticas efetivas, “que saiam do campo da promessa".

Irmã Antonieta, presidente do lixão de Paracuru, também questionou as condições de trabalho insalubres e cobrou uma maior conscientização da população no que diz respeito à separação do lixo. “É importante lembrar que nós somos pessoas, que podemos nos ferir, nos infectar, porque misturam tudo com nosso material, de seringas a estiletes, passando por fraldas descartáveis”, informou.

Ela, no entanto, reforçou que é um trabalho que lhe dá muito orgulho. “Sofremos muito preconceito, as pessoas não nos reconhecem, mas o trabalho de catadora foi o único que não exigiu nenhum curso ou diploma de mim e do meu marido, e foi esse trabalho que possibilitou a criação de nosso filho, hoje um homem adulto e saudável”, agradeceu.

Outras demandas também foram apontadas pelos presentes, como recebimento de benefícios, a exemplo do pagamento de insalubridade, uma aposentadoria diferenciada, fardamento, equipamentos de proteção; melhorias nas estruturas dos lixões e dos galpões de triagem, assim como programas de conscientização sobre coleta seletiva que realmente cheguem à sociedade. Para muitos deles, a “instituição do Auxílio Catador ajuda, mas está longe de ser suficiente para atender as demandas dos profissionais”.

Participaram do encontro representantes de 12 associações: Socrelp, Aran, Raio de Sol, Rosa Virginia, Rede de Catadores, Maravilha, Grupo Palmares, Grupo Acores, Ascajan , Ascarrosa, Grupo Machado de Assis, Viva a Vida.

Também participaram do evento o presidente da Associação de Servidores da Alece (Assalce), Luis Edson Correa, e toda a equipe que compõe a Célula de Sustentabilidade e Gestão Ambiental da Alece. 

Edição: Clara Guimarães

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