Temas como segurança, golpe militar, merenda escolar e saúde pautam falas de deputados

Durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará desta terça-feira (01/04), 10 deputados se manifestaram na ordem do dia e no tempo de liderança para tratar de temas como golpe militar, merenda escolar, segurança pública, saúde e ações do Governo do Estado. 

O deputado Sargento Reginauro (União) criticou a remuneração que um grupo de soldados formados da Polícia Militar do Estado está recebendo, equivalente à de alunos em formação. “São pessoas que cumpriram todas as etapas de formação e que precisam ser remuneradas como soldados, e não como se ainda estivessem na academia de formação. É algo inadmissível, é exploração da mão de obra do trabalhador, e o governo do PT não está nem aí”, apontou o parlamentar.

Já o deputado Sérgio Aguiar (PSB) lamentou a morte de um jovem camocinense acadêmico de Turismo, de 20 anos, ocorrida neste domingo (30/03), na Pedra do Sal, no município de Luiz Correia. Segundo ele, o estudante havia passado no vestibular recentemente e faleceu enquanto tomava banho no mar. “Uma fatalidade. Quero deixar aqui nossos votos de pesar à família”, disse. 

Por sua vez, o deputado Salmito (PSB) celebrou o crescimento econômico do Ceará, segundo o Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR), medido e divulgado pelo Banco Central do Brasil (Bacen). Segundo ele, os números apontam que o Ceará atingiu o maior crescimento em 14 anos. “Todos os setores cresceram, como a indústria, mais de 10%; serviços, 4%; o setor agropecuário, mais de 25%, e é com muita honra que reconheço o trabalho do governador. Ele tem liderado pessoalmente o processo de desenvolvimento do Ceará, para se ter uma ideia, São Paulo não cresceu 4%, enquanto o Ceará cresceu 6,49% em 2024”, comemorou. 

O deputado Alcides Fernandes (PL) lamentou o fato de larvas terem sido encontradas na merenda escolar em instituição de ensino estadual. “Muitas vezes é a única alimentação que essas crianças têm, e já soubemos de mais de um caso de comida estragada”, assinalou.

Os 61 anos da ditadura militar no Brasil,  iniciada com o golpe de estado em 31 de março de 1964, foram lembrados pelo deputado Missias Dias (PT). Ele destacou o movimento, no último domingo (30/03), ocorrido em várias cidades do País, em que as pessoas foram às ruas para repudiar a ditadura militar e defender a não anistia “aos golpistas do 8 de janeiro de 2023”. “Que possamos combater toda a forma de truculência e injustiça contra o povo brasileiro e aos cearenses e jamais permitir que isso aconteça novamente”, disse.

O deputado Acrísio Sena (PT) enfatizou, por sua vez, a importância de ocupar a tribuna para reforçar que o governador Elmano de Freitas (PT) tem respondido com firmeza aos desafios da segurança pública. “Não estamos aqui para espalhar preocupação, mas para enaltecer o papel do Estado”, afirmou.  Ele ressaltou ações como a reestruturação das forças de segurança, a criação de novos cargos e o anúncio de um concurso para a Polícia Civil. Além disso, mencionou iniciativas como a interiorização da saúde e a ampliação da escola em tempo integral, enfatizando a visão ampla da gestão sobre segurança.

O deputado Agenor Neto (MDB) respondeu, durante a ordem do dia, a fala do deputado Alcides Fernandes (PL) que afirmou que o Governo do Estado “não para de envergonhar os cearenses”. Para Agenor Neto, a declaração não se justifica. “O Ceará tem registrado um crescimento econômico maior que o de São Paulo, por exemplo. Temos convicção dos muitos desafios que enfrentamos, mas não podemos deixar de reconhecer os avanços do Estado”, ressaltou.

Já o deputado Nizo Costa (PT) ressaltou que o Governo Elmano é pluripartidário. Para ele, a gestão é composta por um projeto com participação de vários partidos. “O nosso governo não é só de um partido, mas é um projeto que tem vários partidos que dão sustentação ao Governo Elmano”, avaliou. 

O deputado Lucinildo Frota (PDT) cobrou explicações à Prefeitura de Maracanaú sobre o fato de um  servidor municipal estar carregando um carro elétrico em uma escola administrada pela gestão. Para ele, a situação é “inadmissível”, porque a energia é pública. “A prefeitura tem que se posicionar sobre o ocorrido. Não vi ainda nenhum comunicado ou pronunciamento. Será que teve autorização? Isso é feito em outras escolas, a prefeitura tem que se posicionar”, solicitou. 

O deputado Antônio Henrique (PDT), por sua vez, lamentou o alto número de pacientes internados das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e que ainda não foram transferidos para um leito de hospital. “Cadê os 832 leitos que foram inaugurados recentemente pelo governador lá no hospital universitário? Por que não transfere os pacientes que estão nas UPAS? Cadê o hospital para receber os pacientes e fazer o tratamento adequado? Infelizmente a propaganda é muito bonita, mas quando vai para a realidade, as famílias estão aguardando a transferência sem saber o dia e a hora em que vão ser transferidos”, criticou.

Edição: Clara Guimarães