Fabiano Piúba recebe Título de Cidadão Cearense na Aldeia Jenipapo-Kanindé

A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) concedeu, nesta quarta-feira (14/08), o Título Honorífico de Cidadão Cearense ao secretário de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura, Fabiano dos Santos Piúba. A honraria, requerida pelo deputado Renato Roseno (Psol), foi entregue durante sessão solene realizada na Aldeia do Jenipapo-Kanindé, na localidade de Lagoa da Encantada, no município Aquiraz.

“O Título de Cidadão Cearense é uma homenagem que o Legislativo dá àqueles que tornam o Ceará uma terra melhor. O Fabiano, por sua inquietude, por sua contribuição gigantesca em nos fazer olhar no espelho e ver como somos ricos culturalmente, merece esse título”, defendeu Renato Roseno. Ainda segundo o parlamentar, “nada melhor do que fazer isso aqui, na frente de uma mestra da cultura [referindo-se à cacique Pequena]. O Ceará deve muito a ele [Fabiano], como gestor cultural, compositor, escritor e fica uma terra ainda melhor tendo como cearense Fabiano Piúba”.

Deputado Renato Roseno (Psol) foi o autor do projeto de lei que concedeu o Título de Cidadão Cearense a Fabiano Piúba - Foto: Dário Gabriel

Fabiano Piúba é natural de Seridó, no Rio Grande do Norte. Professor, escritor, historiador e gestor cultural, foi secretário da Cultura do Estado Ceará e presidente do Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura. No Ministério da Cultura, ocupou o cargo de Diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, além de ter sido coordenador-geral de Articulação Federativa do programa Mais Cultura. Entre 2012 e 2013 esteve como diretor de Leitura, Escrita e Bibliotecas do Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e o Caribe (Cerlalc) da Unesco, com sede em Bogotá, na Colômbia.

A Aldeia Jenipapo Kanindé tem cerca de 500 pessoas e foi o lugar escolhido pelo doutor em Educação, pela Universidade Federal do Ceará (UFC), para receber a homenagem. O deputado Renato Roseno ressaltou que o Seridó, de onde Piúba vem, é uma terra de origem Tapuia, assim como o povo Jenipapo-Kanindé. O parlamentar pontuou que o título é um reconhecimento do Poder Legislativo à ancestralidade indígena e à grande contribuição que o homenageado deu à Cultura do Estado do Ceará.

Novo cidadão cearense, Fabiano Piúba é natural de Seridó (RN) - Foto: Dário Gabriel

Piúba relembrou que veio para fortaleza aos 16 anos e disse que o título é um registro de “renascimento”. Ele afirma que pediu para que a solenidade ocorresse na Aldeia do povo Jenipapo-Kanindé por ser um solo sagrado para os povos originários e por ter a líder máxima da aldeia, Cacique Pequena, como sua mãe adotiva.

“O Ceará está em mim desde minha mais tenra infância. Meu lugar de origem em Fortaleza é a Aerolândia, quando eu vim para cá aos 16 anos. Morei em 11 bairros em Fortaleza até conseguir comprar uma casa na Maraponga. O Ceará, para mim, tem muito a ver com uma identidade, não só cultural, territorial, mas espiritual também”, compartilhou Piúba.

Fabiano Piúba, Cacique Pequena e Renato Roseno - Foto: Dário Gabriel

Cacique Pequena ressaltou sua alegria por ser a anfitriã da solenidade e agradeceu pela contribuição que Fabiano Piúba deu aos povos indígenas, enquanto gestor. “Desde que eu conheci aquele menino, eu o batizei como meu filho. Não é filho biológico, mas é adotivo. Por onde ele viver, ele sabe que aqui tem uma pessoa que tem muito carinho por ele. Isso tudo foi uma surpresa. Soube anteontem que ele tinha escolhido a aldeia para receber o título, embaixo do nosso cajueiro sagrado”, comentou.

A secretária dos Povos Indígenas do Ceará, Juliana Alves, esteve presente na sessão solene e disse que Piúba foi muito atuante enquanto esteve à frente da Secretaria da Cultura e tem uma representatividade muito forte junto aos povos indígenas. “A escolha dele de se tornar cidadão cearense aqui só fortalece toda a admiração que nós temos. Sempre buscou estar perto de nós. É um momento muito especial ver a Assembleia Legislativa dar esse título a ele, ainda mais dentro de um território indígena”, afirmou a secretária. 

Edição: Geimison Maia