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Psicóloga Madeline Abreu aborda Lei da Escuta Protegida no Conexão Assembleia

Por Narla Lopes
06/05/2024 10:50 | Atualizado há 1 semana

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A jornalista Kézya Diniz entrevista a psicóloga Madeline Abreu - Foto: Divulgação

O Conexão Assembleia, programa multiplataforma da rádio FM Assembleia (96,7MHz), recebeu, nesta segunda-feira (06/05), a psicóloga Madeline Abreu, do escritório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em Fortaleza. Durante maio, a atração vai focar temas de enfrentamento e combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. 

No primeiro programa da série, conduzido pela jornalista Kézya Diniz, a convidada abordou da Lei da Escuta Protegida, criada em 2017, ressaltando que a legislação trata de reorganizar o sistema de atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência, garantindo um acolhimento respeitoso e seguro e evitando a revitimização durante a escuta pelos diversos órgãos de proteção. Antes da implementação da lei, segundo ela, as crianças chegavam a relatar o mesmo fato até dez vezes, o que motivou a necessidade de capacitar a rede de atendimento. 

"Além de organizar o sistema de garantias de direitos, a lei também tornou mais claro quais os tipos de violência contra crianças e adolescentes. Isso traz uma série de vantagens, tanto para o funcionamento do sistema, que vai operar de forma mais eficiente, quanto para os equipamentos que o compõem, assim como para as crianças, que se sentirão mais acolhidas e respeitadas em seus direitos", destacou a psicóloga.

A convidada apontou que o lema da lei é "responsabilizar protegendo", criando mecanismos que possam oferecer uma resposta à sociedade sobre o alto nível de violência contra esse públicos. "Para se ter uma ideia, em 2021, tínhamos 130 mil casos de violência registrados no Disque 100. Somente este ano, até meados de abril, já estávamos com 77 mil casos", assinalou.

Conforme Madeline Abreu, somos uma sociedade muito violenta e precisamos lidar com isso por meio de ações de prevenção e também oferecendo todo o preparo para os profissionais que atuam nesse sistema, para que estejam habilitados a lidar com essa realidade em todos os ambientes. 

As estratégias do Unicef para garantir a implementação da lei em todos os municípios do Ceará também foi lembrada pela psicóloga. Ela mencionou o Selo Unicef, que teve origem no Estado e está completando 25 anos. "É uma metodologia que propõe aos municípios o desenvolvimento de uma série de ações e políticas públicas para garantir os direitos das crianças e adolescentes, baseada em três eixos: resultados sistêmicos de impacto social, participação cidadã e gestão por resultados", destacou. Segundo ela, só a partir dos dados gerados é possível promover o enfrentamento ao problema.

Madeline Abreu também falou sobre os diferentes tipos de violência, especialmente a de gênero, em que a maioria das vítimas são meninas e os agressores são predominantemente homens. Diante disso, destacou a importância da prevenção e pontuou que é crucial aprender a reconhecer quando a violência está acontecendo.

"Todos nós que lidamos com crianças precisamos mudar nossa perspectiva, reconhecendo a criança como sujeito de direitos, e não como objeto de posse. Ela precisa ser vista pelo adulto como alguém de sua responsabilidade, não de sua propriedade. Isso requer uma mudança cultural", disse.

Com produção de Kássia Braga e apresentação de Kézya Diniz, o Conexão Assembleia é um programa multiplataforma da rádio FM Assembleia (96,7MHz), transmitido simultaneamente pelo canal da emissora no YouTube às segundas-feiras, a partir das 8h, e pelo site da Assembleia. A produção é veiculada ainda na TV Assembleia às segundas-feiras, às 20h30, e fica disponível no podcast da emissora. Basta procurar o canal nas principais plataformas de áudio, como Spotify, Deezer, Apple Podcasts e Google Podcasts.

Edição: Adriana Thomasi

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